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Thaís Oyama

REPORTAGEM

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

Por que eleitores de direita acreditam mais em fake news que os de esquerda

Juliana Cuchi Oliveira lamentou o uso da imagem da avó para produção de fake news - Reprodução/Redes Sociais e Edu Carvalho
Juliana Cuchi Oliveira lamentou o uso da imagem da avó para produção de fake news Imagem: Reprodução/Redes Sociais e Edu Carvalho

Colunista do UOL

18/01/2023 04h00

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Esta é a versão online da newsletter Thaís Oyama enviada ontem (17). Na newsletter completa, ela faz três perguntas para Pablo Ortellado, incluindo que característica faz uma fake news se espalhar mais do que as outras, e ainda traz detalhes sobre um estudo que mostra que idosos são mais suscetíveis a acreditar e a compartilhar informações falsas. Quer receber antes o boletim e diretamente no seu email? Clique aqui. Os assinantes UOL ainda podem receber dez newsletters exclusivas toda semana.

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Fundador do Monitor do Debate Político no Meio Digital e professor de Gestão de Políticas Públicas na Universidade de São Paulo, Pablo Ortellado fala sobre como a direita e a esquerda produzem e consomem "fake news".

1 - Quem tende a acreditar mais em fake news, a direita ou a esquerda?

"É difícil mensurar a circulação de mentiras e compará-las de maneira metodologicamente séria.

Como cientista, portanto, a resposta é que não sei. Mas, como estudioso e observador do assunto, mesmo sem elementos empíricos para embasar essa opinião, eu diria que a circulação de desinformação é muito maior na direita do que na esquerda.

Isso se deve a duas coisas. Primeiro, ao fato de, no Brasil, a direita ter ficado muito radicalizada, apaixonada e, recentemente, inconformada com o resultado da eleição. Isso faz com que ela 'compre' muito fácil o que lhe é empurrado pela máquina de propaganda.

Em segundo lugar, há o fato de que a direita esteve nos últimos quatro anos no poder e, a partir do momento em que a imprensa cumpriu o seu papel de fiscalizar o poder, os apoiadores dessa direita se afastaram da imprensa profissional. Assim, perderam um contraponto possível para a desinformação.

Eu chamo a atenção para essa questão porque, agora que a esquerda passou a ser situação, é possível que tenhamos um fenômeno semelhante, mas com sinal invertido: à medida que a imprensa for fazendo o seu papel, de fiscalizar o novo governo e denunciar seus eventuais erros, pode ser que os leitores de esquerda se afastem da imprensa profissional e comecem a se encapsular na máquina de propaganda da esquerda — que também existe."

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