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Para desgosto de Valdemar, o "Príncipe" avisa que irá concorrer contra Lira
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O deputado federal Luiz Philippe de Orléans e Bragança (PL-SP) comunicou oficialmente ao presidente do seu partido, Valdemar Costa Neto, que pretende concorrer à Presidência da Câmara contra Arthur Lira (PP-AL), o atual ocupante do posto. Lira, eleito em 2021 com 302 votos, concorrerá à reeleição em fevereiro na condição de franco favorito — ele estima ter o apoio de pelo menos 370 deputados e trabalha para agregar à sua candidatura o apoio de um bloco de partidos que incluiria o PT.
Orleáns e Bragança, conhecido como "Príncipe", embora nunca tenha estado na linha direta da sucessão imperial, almoçou com Valdemar no último domingo e disse a ele que, mesmo sabendo não ter chances de vitória, deseja "ser um contraponto" ao nome de Lira.
A pretensão de Orléans e Bragança é mais uma dor de cabeça na lista de percalços que a ala bolsonarista do PL vem criando para Valdemar.
No fim do ano passado, o cacique do PL fechou um acordo com Arthur Lira pelo qual o PL apoiaria a reeleição do alagoano para a Câmara. Em troca, Lira apoiaria o nome do indicado do PL para a presidência do Senado em 2025.
A entrada do Príncipe na disputa atrapalha os planos de Valdemar porque ameaça desfalcar em algumas dezenas de votos o prometido apoio a Lira. Dos 99 deputados do PL, mais de 40 são da ala bolsonarista, como Orléans e Bragança —e se o desfalque não chegaria a abalar o favoritismo de Lira, ao menos prejudicaria suas pretensões de ser reeleito por votação retumbante.
A ala bolsonarista do PL insiste ainda em pleitear o comando da CCJ. Ela considera que o controle da comissão, cuja presidência é cobiçada pela ultrabolsonarista deputada Carla Zambelli, seria a melhor forma de dificultar a aprovação de projetos do governo, que passam obrigatoriamente por lá antes de irem a plenário.
Ocorre que, para Valdemar, que tem planos de triplicar o número de prefeitos da sigla (hoje eles são 352), a prioridade número um é conquistar a relatoria do Orçamento. Além disso, o cacique do PL, partido detentor da maior bancada na Câmara, já havia fechado com o PT, a segunda maior bancada, um acordo de "rodízio" na presidência da CCJ, que, neste ano, ficaria com o partido do presidente Lula.
Valdemar já está resignado com o fato de que, nos próximos anos, será obrigado a liberar a bancada em votações importantes e terá dificuldade em fazer acordos em bloco — os bolsonaristas seguirão votando como bolsonaristas e só por acaso a engenharia política do cacique coincidirá com as convicções dos apoiadores do ex-presidente.
Jair Bolsonaro continua na Flórida e agora sem data para voltar ao Brasil. Já sua mulher, Michelle, planeja retornar antes do início das aulas da filha, em fevereiro.
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