Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Debate sobre "nome social" no RG é sonho do bolsonarismo e pesadelo para PT
Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail
Foi um decreto do governo Jair Bolsonaro o responsável por definir que o modelo do documento que vai substituir o novo RG dos brasileiros até 2032 exibirá o "nome social" do portador que assim o desejar, além do campo "sexo".
O nome social, frequentemente usado por pessoas trans, por exemplo, é aquele adotado e não recebido no nascimento.
Ontem, o governo Lula criou um grupo de trabalho para rediscutir o modelo da nova carteira, já que, para ativistas, a inclusão de um "nome social" num documento de identidade pode expor e constranger pessoas que não se identificam com o seu sexo biológico. Em vez de terem um único nome na carteira, elas teriam dois — sendo, provavelmente, um masculino e outro feminino.
A volta do assunto ao noticiário, agora trazido à luz pelo governo do PT, é tudo o que deseja o bolsonarismo.
Para esse grupo, não importa o fato de o projeto original trazer, junto da ideia da inclusão do "nome social" nas carteiras de identidade, a assinatura do ex-presidente Bolsonaro, notório adversário das mudanças pautadas por questões de gênero.
Qualquer discussão sobre sexo, armas, aborto e drogas beneficia o bolsonarismo porque, do ponto de vista eleitoral, a pauta de costumes é um ativo da direita e um fardo para a esquerda.
Do lado da direita, os temas têm o potencial de atrair conservadores não ideológicos de todos os segmentos sociais, religiosos e etários. Já a esquerda, ao abordá-los, consegue apenas potencializar sua rejeição junto a esses mesmos grupos.
No resumo de um especialista em comunicação: a direita pode usar a pauta de costumes para atrair eleitores, o PT não deve fazer uso dela sob pena de perdê-los.
Não foi por outro motivo, que não o de ter chegado à mesma conclusão por pesquisas próprias, que o PL elevou à condição de estrela o deputado Nikolas Ferreira, o parlamentar de 26 anos cotado para presidir o PL Jovem que, em sua mais recente performance no plenário da Câmara, usou uma peruca loira para afirmar que se "sentia" mulher e atacar as pessoas trans.
Com parlamentares como Nikolas Ferreira, o PL planta agora para colher em 2026.
Em qualquer que seja o mercado, nada é mais promissor do que investir no consumidor do futuro.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.