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Thaís Oyama

REPORTAGEM

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Vitimização será estratégia de Bolsonaro, já conformado com derrota no TSE

Colunista do UOL

06/06/2023 11h29

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Jair Bolsonaro já sabe que perdeu.

No círculo próximo do ex-presidente, incluindo advogados, ninguém aposta que o resultado do julgamento do TSE, marcado para o dia 22, seja outro que não o da decisão pela sua inelegibilidade.

O placar mais citado por aliados é o de 5 a 2, sendo os dois possíveis votos favoráveis a Bolsonaro o do ministro Kassio Nunes Marques, tido como provável, e o de Raul Araújo, visto como duvidoso.

Bolsonaro, afirmam estrategistas e aliados, vem sendo "preparado" para esse resultado desde que voltou dos Estados Unidos. Ao contrário do que ocorreu nas eleições presidenciais, quando, convicto de que venceria, mergulhou em um quadro depressivo com a derrota, o ex-capitão, desta vez, não será pego de surpresa.

A vitimização será a estratégia com que deve reagir à condenação. Em suas últimas entrevistas e falas públicas, Bolsonaro vem repetindo o discurso de que é alvo de perseguição política por parte de adversários.

O julgamento do ex-capitão no processo a que responde por abuso de poder e uso indevido dos meios de comunicação na reunião com embaixadores em que fez ataques ao sistema eleitoral, em julho do ano passado, está previsto para ocorrer em três sessões, começando no dia 22 e terminando no dia 29. O cronograma só será interrompido caso um dos ministros do TSE peça mais tempo para analisar o caso. Nessa hipótese, terá 30 dias, prorrogáveis por mais 30, para devolver o processo e permitir a retomada do julgamento.

Publicada a sentença, a defesa de Bolsonaro terá três dias para entrar com pedido de embargo declaratório, que visa a esclarecer eventuais omissões ou contradições da decisão judicial.

Encerrada essa etapa, restará apenas o recurso extraordinário ao Supremo Tribunal Federal, onde o ex-presidente dificilmente escaparia de outra derrota.