LeBron James não é o melhor jogador de todos os tempos, mas falta pouco
O melhor jogador de basquete de todos os tempos é Michael Jordan, ao menos por enquanto. Para os apaixonados pelo esporte que viveram os anos 90, o astro do Chicago Bulls sempre será o maior de todos. Ninguém jamais dominou a NBA por tantos anos, com tamanha autoridade, como Air Jordan.
Mas passados mais de 20 anos desde sua última partida com a camisa 23 dos Bulls - em que garantiu seu sexto título, o segundo tricampeonato em oito anos -, a grandeza de Jordan já não domina o imaginário dos fãs, nem mesmo depois do sucesso da série "Arremesso Final" ("The Last Dance") no Netflix.
Títulos, prêmios e estatísticas não são suficientes para explicar a genialidade de Jordan. Não foi o que mais ganhou títulos da NBA (Bill Russell ganhou 11 com o Boston Celtics nos anos 60), nem o que mais marcou pontos na carreira (Kareem Abdul-Jabbar, ícone do Los Angeles Lakers, lidera o ranking com mais de 38 mil).
A mística de Air Jordan vem da raríssima combinação de talento, perseverança e competitividade sobre-humanos que fizeram dele o mais implacável dos adversários (e companheiros de equipe também), praticamente imbatível em seu auge. Mas à medida que passa o tempo, e sua carreira se espreme em vídeos de melhores momentos, o lugar cativo de Jordan no topo do basquete mundial parece pela primeira vez seriamente ameaçado.
LeBron James, campeão pela quarta vez na carreira neste domingo, agora com o Los Angeles Lakers, vem montando aos poucos uma sólida candidatura a melhor de todos os tempos. Não se trata de contar quem tem mais troféus ou as melhores estatísticas, analisar a qualidade dos adversários ou dos companheiros de equipe, comparar épocas e estilos de jogo distintos.
Mas sim de reconhecer suas enormes qualidades como atleta, jogador e líder, dentro e fora as quadras. Aos 35 anos, LeBron James disputou 17 temporadas na NBA, todas em nível altíssimo, mesmo quando ainda era um calouro recém saído do colegial. Foi campeão em todos os times pelos quais passou, incluindo o Cleveland Cavaliers, medíocre franquia de sua terra natal a quem prometeu, e entregou, um título inédito.
Disputou as finais da NBA nada menos que dez vezes. Perdeu seis, é verdade. Mas bateu dois dos melhores times que já surgiram desde que Bulls de Jordan saíram de cena no fim dos anos 90 - o San Antonio Spurs, de Tim Ducan e Gregg Popovich, e o Golden State Warriors, de Steph Curry, Klay Thompson e Steve Kerr.
Já na reta final da carreira, encarou o indigesto desafio de trazer o Los Angeles Lakers de volta aos tempos de glória. O time, que já teve Wilt Chamberlain, Kareem Abdul-Jabbar, Magic Johnson, Kobe Bryant e tantas outras estrelas, não disputava os mata-matas havia seis temporadas. O último troféu já tinha dez anos.
Em sua segunda temporada, James liderou os Lakers ao 17º título de sua história, igualando o Boston Celtics como os maiores vencedores da NBA. E as circunstâncias únicas dessa conquista a tornaram ainda mais marcante: a trágica morte de Kobe Bryant, último grande ídolo dos Lakers, em um acidente de helicóptero no início do ano e a pandemia do coronavírus, que obrigou as equipes a se isolarem em uma "bolha" por quase três meses para terminarem a temporada.
Como se não bastasse o desempenho excelente em quadra - foi eleito o melhor jogador das finais contra o Miami Heat, quarta vez na carreira que recebe o prêmio -, LeBron James também tem tido atuação exemplar fora dela: fez uma parceria com a Universidade de Akron para pagar bolsas de estudo para 2300 jovens a partir de 2021; criou sua própria escola primária para crianças carentes, inaugurada em 2018; e liderou uma campanha que recrutou 10 mil voluntários para trabalhar nas eleições de 3 de novembro.
Com um currículo desses, LeBron James já está entre os maiores nomes da história do esporte mundial. Mas nada indica que ele vai parar por aqui. Dono de um físico de fazer inveja a muito garoto de 20 e poucos anos, James já avisou: "Ainda tenho muitos anos pela frente". Tempo suficiente para fazer o que até hoje parecia impossível: destronar Michael Jordan.
Basquete americano coroa heroína com tetracampeonato
LeBron James e o Los Angeles Lakers não foram os únicos campeões do basquete americano na última semana. Na terça-feira, o Seattle Storm despachou o Las Vegas Aces por 3 a 0 na série melhor de cinco e garantiu o seu quarto título da WNBA, a liga profissional feminina.
E a estrela da conquista foi a armadora Sue Bird, única jogadora presente nas quatro conquistas do Storm. Às vésperas de completar 40 anos, ela é a recordista em número de jogos, minutos em quadra e assistências na história da liga, além de estar entre as dez melhores no total de pontos e bolas roubadas.
Bird pode não ser considerada a melhor da história, mas certamente está entre as mais vitoriosas. Além dos quatro títulos da WNBA, conquistados em três décadas diferentes, ela tem ainda quatro medalhas de ouro olímpicas e foi quatro vezes campeã mundial pela seleção dos Estados Unidos.
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