Tribunal investigou, mas não responsabilizou Haddad por rombo no Fies
Uma notícia de 2016 sobre uma auditoria do TCU (Tribunal de Contas da União) que teria descoberto um “rombo estimado em R$ 20 bilhões” no Fies (Fundo de Financiamento Estudantil) ressurgiu nos últimos dias no site “Publica Brasil” e em perfis de redes sociais como prova contra o candidato a vice-presidente Fernando Haddad (PT), que pode assumir a condição de candidato a presidente. O texto falha, entretanto, ao não atualizar os leitores sobre o andamento da investigação. O petista foi inocentado.
O TCU realizou, de fato, uma auditoria nas contas do Fies e intimou oito autoridades ligadas ao PT para prestar depoimento, incluindo Haddad, que foi ministro da Educação no governo Luiz Inácio Lula da Silva. O órgão investigou o caso de 2016 a 2018 e, após ouvir os envolvidos, inocentou os ex-ministros Haddad e Aloízio Mercadante e determinou o arquivamento do processo.
As postagens compartilhadas agora não citam as conclusões das investigações e audiências. Em julho de 2018, por seis votos a dois, o plenário do TCU aceitou os argumentos dos ex-ministros e encerrou o processo. A ministra e relatora Ana Arraes, autora de um dos votos pela absolvição, acolheu as justificativas dos indiciados, que alegaram que o programa foi gerido sem qualquer tipo de ilegalidade.
Os dois votos contrários - dos ministros Augusto Sherman e André Luís de Carvalho - recomendaram uma multa de R$ 50 mil aos investigados, sugestão que não foi aceita pelos demais integrantes do tribunal.
O texto disseminado no Facebook e no Twitter, publicado no último dia 3, é uma cópia de outro feito em 24 de novembro de 2016, na época do início da investigação. Este, por sua vez, usa como fonte uma reportagem do jornal “O Estado de S.Paulo”. Uma postagem no Facebook com o conteúdo enganoso teve mais de 2,2 mil compartilhamentos.
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