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Pesquisa que mostra Haddad na liderança da disputa presidencial é falsa

Arte/UOL
Imagem: Arte/UOL

Do UOL, em São Paulo

17/10/2018 13h57

É falsa uma suposta pesquisa de intenção de voto para a presidência da República atribuída à Genial Investimentos que aponta Fernando Haddad (PT) na liderança com 58% dos votos válidos. O boato disseminado no Facebook diz que Jair Bolsonaro (PSL) teria 42%.

O post enganoso, publicado pelo blog "Política e Estratégia Global", afirma que a pesquisa ouviu 5.000 eleitores de 1 e 13 de outubro. Também diz que margem de erro é de 4,5 pontos percentuais para mais ou para menos, e um nível de confiança de 94%. Todos os dados foram inventados.

O projeto Comprova entrou em contato com a Genial Investimentos. A corretora não realiza pesquisas eleitorais, mas as encomenda. O último levantamento a pedido da empresa foi feito pelo Instituto Brasilis. Esta sondagem, divulgada em 27 de setembro de 2018, antes do primeiro turno, mostrava que Bolsonaro liderava as intenções de voto com 27%. Haddad aparecia com 22%, seguido por Geraldo Alckmin (PSDB), com 10%, e Ciro Gomes (PDT), com 8%.

Na ocasião, as simulações de segundo turno deste levantamento mostravam que Haddad tinha 44% das intenções de voto no cenário com Bolsonaro, que ficava com 36%. Brancos e nulos eram 15%. Outros 4% não souberam responder.

De acordo com o site do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), não há nenhuma pesquisa da Brasilis prevista para ser divulgada neste segundo turno.

Segundo as regras do tribunal, todas as pesquisas eleitorais devem ser registradas em seu sistema próprio. Pelo dispositivo, a empresa que realiza o levantamento se compromete a fornecer uma série de informações: a divulgação dos resultados, o período de coleta, a margem de erro, o nível de confiança, a quantidade de entrevistados, o nome da empresa de pesquisa, a identificação do contratante e o número de registro.

Ainda de acordo com o TSE, a divulgação de pesquisa sem o prévio registro das informações pode implicar em pagamento de multa de R$ 53.205,00 a R$ 106.410,00. Já a divulgação de pesquisa fraudulenta constitui crime, punível com detenção de 6 meses a 1 ano e multa no mesmo valor.

De acordo com o CrowdTangle, ferramenta para análise de redes sociais, o post falso gerou mais de 100 mil interações no Facebook do último domingo (14) até a manhã desta quarta-feira (17).

A peça de desinformação foi verificada pelo “Poder360” e pela rádio “GaúchaZH”, além do UOL, do “SBT”, do “Jornal do Commercio”, do “Nexo” e de “O Povo”, todos integrantes do projeto Comprova.

O Comprova é um projeto integrado por 40 veículos de imprensa brasileiros que descobre, investiga e explica informações suspeitas sobre políticas públicas, eleições presidenciais e a pandemia de covid-19 compartilhadas nas redes sociais ou por aplicativos de mensagens. Envie sua sugestão de verificação pelo WhatsApp no número 11 97045 4984.