Apreensão de jornais no Rio não foi motivada por suspeita de caixa 2 do PT
Não é possível dizer que a campanha de Fernando Haddad (PT) praticou caixa 2 por causa da apreensão milhares de exemplares da edição especial do jornal “Brasil de Fato” e cópias do boletim “Nascente”, em Macaé (RJ), no último sábado (20). O TRE-RJ (Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro) fez a apreensão na sede do Sindipetro-NF (Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense) por suspeita de propaganda eleitoral. No entanto, a Justiça ainda não avaliou o mérito do caso, e os textos que circulam com a informação de que houve caixa 2 são enganosos.
A publicação apreendida do “Brasil de Fato” contém reportagens sobre as propostas dos dois candidatos a presidente. O jornal, que existe desde 2003, reclama de censura e se diz independente da campanha do petista, sem qualquer vínculo estrutural ou financeiro. O mesmo afirma o boletim “Nascente”, jornal semanal do Sindipetro criado há mais de 10 anos. Eles alegam ter linhas editoriais conhecidas e, por isso, argumentam que houve apenas manifestação livre de opinião e expressão.
O recolhimento dos periódicos foi feito após mandado judicial emitido pelo juiz eleitoral Sandro de Araújo Lontra, que qualificou o “Brasil de Fato” como portador de "matérias pejorativas" contra Bolsonaro. De acordo com a decisão do juiz, a distribuição das publicações no Sindipetro evidenciaria "possível prática de propaganda eleitoral em bem de uso comum".
A Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo) criticou a medida judicial, classificou o ato como uma "censura incompatível com o regime democrático do país" e disse que a decisão "viola a garantia constitucional da liberdade de expressão".
Após a apreensão, postagens com ilações enganosas sobre a possível prática de caixa 2 na campanha de Haddad viralizaram na rede. De acordo com o CrowdTangle, ferramenta de monitoramento de redes sociais, um post do jornal “Clique Diário” com a informação enganosa teve no Facebook mais de 100 mil interações (reações, comentários e compartilhamentos) até às 17h desta terça-feira (23).
O Comprova é um projeto integrado por 40 veículos de imprensa brasileiros que descobre, investiga e explica informações suspeitas sobre políticas públicas, eleições presidenciais e a pandemia de covid-19 compartilhadas nas redes sociais ou por aplicativos de mensagens. Envie sua sugestão de verificação pelo WhatsApp no número 11 97045 4984.
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