Parlamentares bolsonaristas não apagaram posts a favor da Ucrânia

É falso que o deputado federal Paulo Bilynskyj (PL-SP) e os senadores Damares Alves (Republicanos-DF) e Magno Malta (PL-ES) tenham apagado publicações favoráveis à Ucrânia após a discussão entre Volodymyr Zelensky e Donald Trump na Casa Branca, ao contrário do que afirmam posts que circulam pelas redes sociais.

Os conteúdos publicados pelos três parlamentares da oposição, feitos durante a viagem deles ao país europeu no ano passado, continuam no ar em seus perfis oficiais.

O que diz o post

A publicação traz uma foto na qual Damares, Malta e Bilynskyj aparecem ao lado do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky.

"Deputados e Senadores brasileiros que foram para a Ucrânia declarar apoio a Zelensky, apagaram todas as postagens e fotos de apoio. Agora estão dizendo que jamais apoiariam um Ditador inimigo de Trump. Nunca tive tanta certeza de estar do lado certo da história", diz uma mensagem que acompanha a publicação.

Por que é falso

Posts de parlamentares sobre a Ucrânia não foram apagados. O UOL Confere verificou os perfis oficiais dos três parlamentares bolsonaristas citados e constatou que as publicações feitas durante a viagem deles à Ucrânia continuam no ar. Bilynskyj disse que "a Ucrânia é vítima de um regime criminoso", referindo-se ao presidente russo Vladimir Putin (aqui, aqui e abaixo). Damares chamou Zelensky de "grande líder para o povo que o elegeu" e frisou que "deixou claro para o presidente que o povo brasileiro ama a Ucrânia" (aqui, aqui, aqui e abaixo). Já Malta exaltou a "honra" por ter conversado com o líder ucraniano e expressou "solidariedade a ele e ao povo ucraniano, reconhecendo os desafios imensos que enfrentam em defesa de sua nação" (aqui, aqui, aqui e abaixo).

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Congressistas participaram de encontro em Kiev. Além dos três, o senador Sergio Moro (União Brasil-PR) compôs o grupo que foi convidado para uma cúpula parlamentar na capital da Ucrânia. O evento ocorreu entre os dias 29 de novembro e 1º de dezembro de 2024 e reuniu políticos da América Latina e do Caribe (aqui, aqui e aqui). Moro, que não foi citado nas peças desinformativas, também registrou sua visita ao país e manifestou seu apoio a Zelensky (aqui, aqui, aqui, aqui e aqui).

Zelensky e Trump bateram boca na Casa Branca. Os presidentes dos EUA e da Ucrânia se reuniram no Salão Oval da Casa Branca em 28 de fevereiro. O encontro era para a assinatura de um acordo para exploração de recursos minerais ucranianos e terminou em discussão. Zelensky questionou Trump sobre a diplomacia feita pelos EUA e lhe pediu para que fosse cauteloso com a Rússia. O republicano respondeu que o líder ucraniano tinha que "ser grato" aos EUA, sugeriu que a Ucrânia era culpada pela invasão russa e disse que Zelensky "está apostando com a Terceira Guerra Mundial" (aqui).

EUA e Ucrânia retomam negociações pela paz. Em comunicado, Zelensky classificou a discussão com Trump como "lamentável" e se mostrou disposto a "trabalhar sob a liderança de Trump" por uma paz duradoura (aqui). Membros do governo ucraniano se reuniram hoje com representantes norte-americanos na Arábia Saudita para debater um possível cessar-fogo no conflito com a Rússia (aqui).

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