Bilionário dos EUA não doou US$ 300 milhões para campanha de Alckmin
Faltando pouco mais de dois meses para as eleições, boatos de altas doações para campanhas já circulam pelas redes sociais. Uma mensagem afirma que Geraldo Alckmin, pré-candidato do PSDB à Presidência, teria recebido US$ 300 milhões (cerca de R$ 1,1 bilhão) do investidor húngaro-americano George Soros.
O texto que acompanha a mensagem no WhatsApp denuncia a superdoação e questiona o suposto interesse de Soros em “investir” em Alckmin. Em uma busca rápida pelas redes sociais, a mesma imagem é acompanhada com diferentes textos. Soros é chamado de “maconheiro”, “comunista”, “chantagista” e até “financiador da censura no Facebook”.
FALSO: não há registro de doação
O UOL não encontrou qualquer registro de doação ou ligação entre o bilionário e o pré-candidato do PSDB. À reportagem, a coordenação da pré-campanha de Alckmin chamou a mensagem de “óbvia e grosseira fake news”.
“A campanha passa a existir com o registro da candidatura no TSE, e será feita com recursos do fundo eleitoral e com doações de cidadãos brasileiros, dentro das regras estabelecidas pela legislação”, afirma a coordenação.
Também não há registro por parte de Soros
O bilionário George Soros é considerado pela revista "Forbes" o 187º homem mais rico do mundo, com uma fortuna estimada em US$ 8 bilhões atualmente. Ele também é um dos maiores filantropos: só em 2016, a "Forbes" estima que ele tenha doado cerca de US$ 531 milhões a diferentes instituições.
Essas doações são registradas e publicadas em seu site, com informações sobre os projetos e o que o investidor vê de importante neles. A reportagem não encontrou nenhum registro ligado à pré-campanha do candidato do PSDB, ao partido ou a Alckmin como pessoa física.
O UOL tentou entrar em contato com o investidor húngaro-americano, mas não teve resposta até o fechamento da matéria.
Valor ultrapassaria regras eleitorais
A campanha eleitoral só começa no dia 16 agosto, um dia depois da data-limite para registro das chapas, no dia 15. As convenções partidárias devem ser realizadas até o próximo domingo (5), praticamente dois meses antes do primeiro turno das eleições, realizado no dia 7 de outubro.
De acordo com as novas regras estabelecidas para as eleições, seria ilegal receber US$ 300 milhões de qualquer doador, já que o limite de gastos imposto pelo TSE para as campanhas presidenciais deste ano é de R$ 70 milhões.
Também há um limite diário para doação de pessoa física, no financiamento coletivo de campanha, de R$ 1.064,10. No entanto, recentemente, o presidente do TSE, ministro Luiz Fux, já acenou que poderá rever este limite na chamada “vaquinha eleitoral”.
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