É falso que cantora ateou fogo na Bíblia em festival do MST
É falso que uma Bíblia tenha sido queimada em um show do MST (Movimento Sem Terra), como afirmam publicações que circulam nas redes sociais.
Durante um apresentação em Natal (RN), a cantora Letrux manuseou um livro de mágica com labaredas — à venda em diversos sites na internet —, e não a Bíblia.
O que diz o post
Na publicação enganosa, uma mulher segura um livro que parece estar em chamas, fechando-o, na sequência, apagando o fogo. No pedestal do microfone, está pendurada uma bandeira com logo do MST (Movimento Sem Terra). Sobre o vídeo, pode-se ler: "A ESQUERDA É DEMONÍACA! COM BANDEIRA DO MST, BÍBLIA QUEIMADA EM SHOW".
Por que é falso
É um livro de mágica, e não a Bíblia. Uma busca pelos termos "livro que pega fogo" retorna vários resultados com o item de mágica à venda (aqui). O livro, como aparece no vídeo da cantora, tem apenas uma capa preta e nenhuma referência religiosa.
Cantora diz que jamais queimaria a Bíblia. Procurada pelo UOL Confere, a artista, em nota, disse: "Sou uma cantora formada em teatro. Meus shows são sempre performáticos. Fui uma criança fascinada por mágica. Quando faço shows, gosto de trazer números de mágica para o espetáculo. Eu jamais queimaria a Bíblia na minha vida. Meu número de mágica envolve acender um livro (dentro daquele livro, que comprei assim já numa loja de mágica, tem um isqueiro grande), ao fechar o livro, o fogo se apaga."
MST também desmentiu boato. O show da Letrux ocorreu em 9 de novembro, na segunda edição do Festival do MST: Por Terra, Arte e Pão, dentro da programação cultural da II Feira Potiguar da Agricultura Familiar e Economia Solidária, realizada pela SEDRAF (Secretaria de Estado do Desenvolvimento Rural e da Agricultura Familiar) do Governo do Estado do Rio Grande do Norte, e teve a participação de diferentes artistas. Uma nota publicada nos perfis do MST Potiguar e do MST, no Instagram, diz que as publicações que sugerem performance com fogo na Bíblia são falsas (aqui).
Viralização. Nesta segunda-feira (18), no Instagram, o post desinformativo tinha mais de 241 mil visualizações.
A postagem também foi verificada por Aos Fatos, Estadão Verifica e Lupa.
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