Pai do presidente da OAB não tem elo com bomba em Recife, diz Aeronáutica
![Arte UOL/CEPE/Divulgação](https://conteudo.imguol.com.br/c/noticias/cc/2019/10/15/confere-2-1571172390508_v2_450x450.jpg)
Em postagens em redes sociais, Fernando Santa Cruz, pai do atual presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, foi acusado como o responsável por um atentado a bomba no aeroporto de Guararapes, em Recife, em 1966.
A explosão ocorreu no dia 25 de julho daquele ano, deixando dois mortos e 14 feridos, mas sem atingir o alvo, que era o então ministro do Exército, general Arthur da Costa e Silva. A disseminação da acusação contra Fernando ocorreu após declarações do presidente da República, Jair Bolsonaro, sobre ele.
As publicações levam para um vídeo no qual o narrador chama Fernando Santa Cruz de "terrorista" e diz que Felipe Santa Cruz "é uma das maiores ameaças terroristas comunistas no Brasil". Nele, também aparece uma fala de Bolsonaro sobre o atentado em Recife e o possível envolvimento de Fernando Santa Cruz nesse caso e na luta armada contra a ditadura militar no Brasil.
FALSO: Santa Cruz não tem elo com bomba, diz Aeronáutica
Ao contrário do afirmado em postagens e vídeos, o pai do presidente da OAB não foi quem explodiu a bomba no aeroporto de Guararapes, em Recife, em 1966.
"Já está perfeitamente caracterizado que tratou-se de uma ação isolada praticada por Raimundo, à revelia do Comando Nacional da AP. Por este motivo, inclusive, Raimundo foi expulso do Partido ainda em 1966", lê-se no documento.
Não há registros oficiais de qualquer participação de Fernando Santa Cruz na luta armada. De acordo com o relatório final da Comissão da Verdade, ele iniciou a militância política no movimento estudantil secundarista, em Pernambuco, entre 1966 e 1968. Em seguida, a convite da irmã, mudou-se para o Rio de Janeiro com Ana Lúcia Valença, com quem se casaria e teria seu único filho.
Poucos anos depois, diante da necessidade de aumentar a renda da família recém-constituída, fez uma nova mudança, para São Paulo. Foi onde assumiu um cargo de funcionário público no Departamento de Águas e Energia Elétrica e desapareceu, aos 26 anos.
Santa Cruz chegou a ser militante da AP e da Ação Popular Marxista Leninista. "Ao contrário de outros desaparecidos, Fernando tinha emprego e endereço fixos e, portanto, não estava clandestino ou foragido."
A OAB informou que não se pronuncia sobre notícias falsas. Diante das afirmações de Bolsonaro sobre Fernando Santa Cruz, a entidade divulgou nota de repúdio.
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