Marcola não declarou apoio a Lula nas eleições de 2022
Publicações que alegam que Marcos Camacho, o Marcola, apoia a eleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) são falsas. Nos diálogos interceptados pela PF (Polícia Federal) não há declaração de voto explícita por parte do líder do PCC (Primeiro Comando da Capital), como afirma decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Marcola está com os direitos políticos suspensos por ser condenado "por decisão transitada em julgado" e, por isso, nem poderia votar nessas eleições, segundo o presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes. O magistrado mandou que o portal Antagonista e outros veículos de mídia, além do presidente Jair Bolsonaro (PL), seus filhos e alguns apoiadores, apaguem conteúdos que façam referência a essa desinformação.
Viralização. "BOMBA! MARCOLA, CHEFE DA MAIOR FACÇÃO CRIMINOSA, DECLARA VOTO EM LULA", diz legenda do vídeo viral no Facebook. Em menos de 24 horas, o conteúdo desinformativo já tinha mais de 34 mil visualizações.
Moraes ainda disse que, na realidade, Marcola não declarou voto em Lula, como dizia o título de uma matéria publicada pelo Antagonista — na qual foram divulgadas partes de diálogos interceptados pela PF, em maio do ano passado.
Decisão do TSE. A decisão da Corte foi a remoção da desinformação das redes com base na inveracidade da alegação, tendo em vista que em nenhum momento o líder do PCC disse que votaria no candidato petista.
"Na verdade, os diálogos transcritos, além de se relacionarem a condições carcerárias, apresentam apenas conotação política, pois retratam suposta discussão de Marcola e outros interlocutores a respeito de Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Messias Bolsonaro. Embora o teor dos diálogos revele uma discussão comparativa entre os candidatos, não existe declaração de voto, fato constante no próprio título da notícia", escreveu o ministro.
A decisão do ministro atende a um pedido feito pela campanha de Lula, que chamou a divulgação da notícia de "ação orquestrada" sobre temática já anteriormente desmentida pelo tribunal. No dia 1º de setembro, o plenário do TSE já havia multado o presidente Bolsonaro em R$ 5 mil por três tuítes em que associam Lula à facção criminosa.
Bolsonaro já ligou Lula ao PCC outras vezes. Ontem (1), o presidente recebeu multa por parte do TSE por outras publicações que ligavam Lula à facção criminosa.
Em 19 de julho, Bolsonaro postou nas redes sociais o trecho de uma matéria veiculada pela TV Record, em 2019, que mostra o diálogo de um integrante da facção em uma interceptação telefônica feita pela Polícia Federal na Operação Cravada. No trecho, o homem identificado como Elias disse que tinha um "diálogo cabuloso com o PT". O UOL Confere já checou desinformações sobre o tema.
Para o Confere, falso se aplica a conteúdos que não têm amparo em fatos e podem ser desmentidos de forma objetiva.
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