Estudantes protestaram em universidade, não em igreja luterana em Joinville
É falso que estudantes universitários invadiram uma igreja luterana em Joinville (SC), como afirmam posts nas redes sociais. Alunos protestaram contra a demissão de uma professora dentro da universidade, não na igreja. As duas instituições compartilham um pátio, mas o protesto se restringiu à área da universidade.
O que dizem os posts? O vídeo mostra estudantes subindo uma escada e gritando palavras de ordem como "ocupar e resistir", e "ô, Ielusc, presta atenção, os estudantes não aceitam opressão". Publicações nas redes sociais que repercutem o vídeo acusam "esquerdistas" de "invadirem uma igreja luterana".
O termo "invasão igreja luterana Joinville" esteve entre os mais buscados nesta quarta-feira (19), segundo o Google Trends. Além de publicações nas redes sociais, diversos sites divulgaram a desinformação afirmando que o protesto era uma invasão à igreja, o que não é verdade.
Igreja se pronunciou. Pelo Instagram, a Paróquia da Paz, da Comunidade Evangélica da Confissão Luterana, em Joinville (SC), divulgou uma nota de esclarecimento sobre o fato. Segundo a igreja, não houve invasão de nenhum espaço da paróquia durante a manifestação dos estudantes, que aconteceu na noite desta terça-feira (18), na Faculdade Ielusc (Instituto Educacional Luterano de Santa Catarina).
Faculdade não se pronunciou sobre a manifestação. Não houve pronunciamento da Faculdade Ielusc nas redes sociais sobre o protesto de estudantes, mas no site oficial da universidade há uma publicação do dia 4 de outubro sobre o afastamento de uma professora.
Segundo a instituição, um comunicado foi enviado a professores e funcionários no dia 12 de agosto, por causa do período eleitoral, pedindo que os funcionários evitassem "posicionamentos pessoais que possam ser vinculados como sendo de nossa instituição educacional, sobretudo na sala de aula ou em mídias e grupos acessados por estudantes".
O texto diz ainda que "a opinião expressa pela professora da faculdade em uma rede social pessoal em nenhum aspecto nos representa". De acordo com a universidade, a docente teria sido afastada à época.
A Associação Brasileira de Antropologia emitiu uma nota de repúdio pelo afastamento da professora, que é antropóloga. Segundo a organização, a docente estaria sendo vítima de perseguição política e profissional após se manifestar nas redes sociais sobre um evento político promovido por um dos candidatos à presidência da República às vésperas do primeiro turno da eleição. De acordo com matéria do portal Metrópoles, a profissional se manifestou contrária ao candidato Jair Bolsonaro (PL).
Este conteúdo também foi checado por Aos Fatos.
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