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Covid: É falso que a Fiocruz tenha parado de produzir vacina da Astrazeneca

30.mai.2023 - É falso que a Fiocruz tenha interrompido a produção da vacina da Astrazeneca contra a covid-19 - Arte/UOL sobre Reprodução/Facebook
30.mai.2023 - É falso que a Fiocruz tenha interrompido a produção da vacina da Astrazeneca contra a covid-19 Imagem: Arte/UOL sobre Reprodução/Facebook

Do UOL, em São Paulo

30/05/2023 18h44

É falso que a Fiocruz tenha interrompido a produção da vacina da Astrazeneca contra a covid-19, ao contrário do que diz um vídeo que circula no WhatsApp.

A fundação já desmentiu a alegação em abril deste ano, quando os boatos começaram a circular.

O pedido de checagem foi enviado por leitores do UOL Confere para o WhatsApp (11) 97684-6049.

O que diz o post

"Atenção. Olha isso gente. Proibiram as vacinas, e agora? E quem já tomou?", diz um texto sobre o vídeo.

"Eu vejo aqui que o Ministério da Saúde está avisando que há perigo de trombose em vacinas Janssen, Astrazeneca, que, aliás, a Fiocruz parou de produzir a Astrazeneca", diz o comentarista da Jovem Pan News Alexandre Garcia.

Ele continua: "Tá avisando agora, quase um ano e quatro meses que o então presidente da República avisou. Mas só que os jornais trataram de menosprezar, de invalidar o alerta, dizendo 'Não tem provas, está falando, mas não tem provas'. E aí, gente? Quais as consequências disso? Esperando provas burocráticas das evidências no dia a dia, do chão do hospital, da cama do paciente, da realidade do dia a dia da vida dos médicos que estavam tratando".

Por que é falso?

Fiocruz negou que tenha parado de produzir Astrazeneca. Em abril, a fundação publicou nota sobre o boato (aqui):

Em razão de informações que vêm circulando nas redes sociais e na imprensa sobre Nota Técnica publicada pelo Ministério da Saúde em dezembro de 2022, a Fiocruz esclarece que a vacina Covid-19 (recombinante) produzida pela instituição não foi desautorizada ou descontinuada no país."
Fiocruz, em nota

Nota técnica do Ministério da Saúde recomendava vacinar com Astrazeneca e Janssen pessoas maiores de 40 anos. Em nenhum momento o texto menciona que os postos de saúde devem parar de vacinar. A nota apenas orientou que se desse preferência para a Pfizer/BioNTech ao imunizar adultos de 18 a 39 anos (aqui).

Ainda assim, o texto deixa claro que "nos locais de difícil acesso ou na indisponibilidade do imunizante dessa plataforma, poderão ser utilizadas as vacinas de vetor viral (Astrazeneca e Janssen) [para vacinar pessoas entre 18 e 39 anos]".

Quem já tomou a vacina não está em risco. A Astrazeneca continua sendo considerada segura e recomendada pela OMS.

Ainda segundo a nota de abril da Fiocruz, uma vez que os efeitos adversos graves, como a trombose, são extremamente raros e possivelmente associados a fatores do próprio imunizado, a vacina ainda é considerada segura.

Bolsonaro não estava certo ao dizer que vacinas contra covid-19 causam trombose. O vídeo checado também mente sobre isso. A afirmação tratou-se de mais um ataque, sem provas, às vacinas. Bolsonaro citou efeitos adversos considerados raros para colocá-los como uma regra de que os imunizantes provocariam trombose e embolia. O UOL noticiou na época (aqui).

Covid-19 tem dez vezes mais risco do que vacinas de vetor viral de gerar trombose. De acordo com o Ministério da Saúde, embora haja "escassas ocorrências" de STT em vacinados, o risco de desenvolver a doença é maior em pessoas contaminadas, como explicado em matéria do Projeto Comprova (aqui).

Sugestões de checagens também podem ser enviadas para o email uolconfere@uol.com.br.

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