Corrente falsa diz que pessoas com HIV transmitem o vírus de casa em casa

É falso que pessoas que vivem com HIV estejam passando de casa em casa se passando por estudantes de enfermagem para contaminar pessoas com o vírus, como alega uma mensagem que circula no WhatsApp.

A desinformação é compartilhada pelo menos desde 2019 em grupos de moradores do Distrito Federal e de Missal (PR).

O pedido de checagem foi enviado ao UOL Confere pelo WhatsApp (11) 97684-6049.

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O que diz a mensagem

Uma foto mostra uma folha de papel sulfite com o seguinte texto:

"ALERTA. Pessoas vestidas de branco vão passar de casa em casa para medir a taxa Glicêmica dos moradores. Não deixem! É um grupo de aidéticos para transmitir o vírus. A mando da baleia azul.Compartilhem! O Alerta foi feito hoje pela Polícia Militar. Segue a mensagem: 'Amigos e populares, a Vigilância Sanitária e a PM acabam de informar que um grupo de aidéticos está em várias cidades abordando as pessoas para que elas façam a medição da glicose. Se você for abordado, DENUNCIE | Ligue 190 | Este suposto teste está passando o vírus HIV? Obs: Eles estão se passando por um grupo de enfermeiros estudantes, CUIDADO! É muito sério! Vamos espalhar para outros grupos?"

Por que é falso

A mesma imagem circula pelo menos desde 2019 nas redes socias. O portal Metrópoles já desmentiu o aviso há quatro anos, quando a imagem circulava em grupos de WhatsApp do DF (aqui). Na época, o veículo contatou a Secretaria de Saúde local, que negou ter emitido o alerta. A PM e a Vigilância Sanitária do DF também disseram que não foi emitido qualquer alerta do gênero.

Em 2020, o portal republicou a mesma matéria (aqui).

Em Missal, município do Paraná, a desinformação também foi desmentida. O portal Missal publicou o esclarecimento em 2019 (aqui).

A imagem possui vários elementos comuns em peças desinformativas:

1. O texto tem tom alarmista e pede compartilhamento para outros grupos. Além de começar com a palavra em letras maiúsculas "ALERTA", o texto também faz uso da mesma estratégia em outras palavras, possui vários pontos de exclamação e pede que a mensagem seja encaminhada para outras pessoas.
2. O bilhete é vago. A nota também não possui data e não aponta em que cidade o alerta teria sido emitido e quais órgãos o emitiram, o que facilita a circulação fora de contexto.
3. O texto também cita o jogo viral global chamado Baleia Azul, que gerou alerta em pais e órgãos públicos no Brasil em 2017 (aqui). O jogo encorajava jovens a tirarem a própria vida por meio de uma série de desafios online (aqui). Não há qualquer relação registrada entre o jogo Baleia Azul e a contaminação de pessoas com o vírus do HIV.
4. A mensagem falsa também sobre a transmissão do HIV. O vírus é transmitido, segundo o Ministério da Saúde (aqui), por:

Sexo vaginal sem camisinha.

Sexo anal sem camisinha.

Sexo oral sem camisinha.

Uso de seringa por mais de uma pessoa.

Transfusão de sangue contaminado.

Da mãe infectada para seu filho durante a gravidez, no parto e na amamentação.

Instrumentos que furam ou cortam não esterilizados.

Sugestões de checagens também podem ser enviadas para o email uolconfere@uol.com.br.

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