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Bruno, Macarrão e Bola são transferidos para penitenciária em MG

Goleiro Bruno chega ao Departamento de Investigações da Polícia Civil de Minas Gerais  - Paulo Assis/Futura Press
Goleiro Bruno chega ao Departamento de Investigações da Polícia Civil de Minas Gerais Imagem: Paulo Assis/Futura Press

Do UOL Notícias

Em Belo Horizonte

09/07/2010 16h48

O goleiro Bruno, do Flamengo, o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos – conhecido como Bola ou Paulista, e Luiz Henrique Ferreira Romão - conhecido como Macarrão, estão sendo transferidos neste momento para a Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem (MG), após passarem a tarde no Departamento de Investigações de Belo Horizonte.

Os três suspeitos pela morte da ex-namorada de Bruno, Eliza Samudio, devem passar o final de semana presos, já que o advogado do grupo afirmou que deve entrar com pedido de habeas corpus para seus clientes somente na segunda-feira (12).

Mais cedo, o delegado Edson Moreira, chefe do departamento da Polícia Civil de Minas Gerais, disse que foram encontradas cabeças de bovinos no sítio localizado em Esmeraldas, região metropolitana de BH, onde buscas são realizadas na tentativa de encontrar o corpo de Eliza. Segundo o delegado, o cenário pode ter sido montado em uma tentativa de despistar cães farejadores. Moreira não soube precisar o número de agentes que estão trabalhando no local, mas disse que eles contam com a ajuda de homens do Corpo de Bombeiros.

Segundo a polícia, o ex-policial é um antigo locatário do sítio. Bola é acusado de ser o executor de Eliza, que está desaparecida desde o início de junho. Ela tentava provar que Bruninho, de cinco meses, é filho do goleiro.

Apesar de admitir que será difícil encontrar o corpo de Eliza, o delegado diz não ter perdido a esperança de encontrar vestígios dela. “A gente sempre tem que buscar a prova material direta”, disse.

Bilhete
Questionado durante uma rápida coletiva na porta do Departamento de Investigações sobre a existência de um bilhete que teria sido enviado por Luiz Henrique Ferreira Romão - conhecido como Macarrão, ao adolescente apreendido pela polícia na semana passada, Moreira foi evasivo: “estou atrás deste bilhete, vamos ver se eu acho”, disse.

O suposto bilhete dizia que se o adolescente “abrisse o bico, ele morreria”. O jovem continua internado no Instituto Padre Severino, na Ilha do Governador, zona norte do Rio, depois de revelar detalhes do desaparecimento de Eliza em depoimento à polícia, crime que também teria contado com sua participação.

A intenção do delegado é que Bruno e os demais acusados permaneçam no DI, mas provavelmente eles deverão voltar no fim do dia para a penitenciaria de segurança máxima Nélson Hungria, em Contagem (Região Metropolitana de BH).

Suspeitos se negam a fazer exame de DNA
Moreira confirmou em entrevista coletiva na manhã de hoje que o goleiro Bruno, Macarrão e Bola foram instruídos por seus advogados a não coletar material genético para exame de DNA, que tem como objetivo descobrir de quem é a mancha de sangue encontrada no carro que pode ter transportado Eliza para a execução.

Os advogados também impedem os suspeitos de prestarem depoimento, além de dar declarações à imprensa. Bruno, Macarrão e Bola estão no DI em salas separadas. Eles chegaram ao local mais cedo algemados e vestindo uniformes do presídio de segurança máxima de Contagem, onde passaram a madrugada.

Segundo o delegado, a decisão da defesa de não colaborar com a polícia certamente “vai dar um atraso na investigação”, mas “nós temos 30 dias para interrogá-los, e ainda podemos prorrogar por mais 30”, que é o prazo da prisão temporária que foi decretada pela Justiça de MG. "É irrelevante eles cooperarem ou não, diante do conjunto das provas", afirmou.

Sobre a chegada de Bruno à delegacia na noite de ontem, Edson Moreira disse que apenas deu boas-vindas ao atleta, e que ainda não teve oportunidade de conversar melhor com ele.

O delegado retrucou as acusações do advogado de defesa de Bruno e Macarrão, Ércio Quaresma Firpe, de que está sendo feito de “idiota” pela polícia mineira. “Estamos sendo bombardeados (...) Estamos aqui para investigar e defender a população. Essa é nossa função. A dele é de defender seus clientes”, limitou-se a dizer.

Moreira mostrou à imprensa um notebook de Eliza Samudio que será submetido à perícia ainda hoje. Ele foi entregue à polícia por uma amiga da ex-amante do goleiro Bruno, e pode conter mensagens e fotos reveladoras. Além disso, também serão periciados o carro que supostamente teria levado Eliza para a execução (Ecosport) e o carro que foi apreendido na casa de Bola, em Vespasiano, onde foram achados vestígios de sangue no porta-malas (Citroën).

Para o delegado, a motivação do crime foi a luta de Eliza pela paternidade de seu filho, Bruninho, de cinco meses, e também a vingança de Bruno, tendo em vista a denúncia feita por ela contra o jogador sobre a tentativa de abortar a criança.

Buscas são retomadas
O Corpo de Bombeiros de Minas retomou nesta manhã as buscas pelo corpo de Eliza. Segundo a Polícia Civil, as buscas estão concentradas no sítio do goleiro, em Esmeraldas (MG), e nas proximidades da residência. Ao todo, quatro equipes estavam no local por volta das 10h.

Em depoimento, dois suspeitos afirmaram que Eliza, que está desaparecida desde o início de junho, está morta.

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*Com UOL Notícias, em São Paulo, e Folha.com