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Excesso de chuvas faz praias do litoral de SP baterem recorde de contaminação, aponta Cetesb

Janaina Garcia <br>Do UOL Notícias

Em São Paulo

07/01/2011 20h04

O banhista que se aventurar a enfrentar as praias do litoral de São Paulo neste final de semana deve estar atento não apenas à previsão de chuvas e aos riscos de alagamentos, como alerta a Defesa Civil do Estado: a atenção vale também para a própria saúde, diante dos altos riscos de contaminação. Segundo relatório divulgado nesta sexta-feira (7) pela Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), a alta média pluviométrica registrada no Estado desde a virada do ano fez com que 80 dos 156 pontos analisados em toda a faixa litorânea de SP esteja imprópria para banho –um recorde, nos últimos três anos.

A grande parte dos locais impróprios se encontra no litoral sul, sobretudo na Baixada Santista, além de Iguape e Ilha Comprida. Na região, são 54 as praias impróprias –74% das praias da baixada e litoral sul, ou 67,5% de todo o contingente “reprovado” nas análises da Cetesb.

Nas praias do litoral norte, onde está a maioria dos 156 locais de análise (83), 31% ou 26 foram considerados impróprios.

De acordo com Cláudia Lamparelli, gerente do setor de águas superficiais da Cetesb, em 2010 foram registrados, também em função das chuvas, 65 pontos impróprios e, em 2009, 76.

“O problema é que agora o excesso de chuvas coincidiu com a passagem do ano –choveu dias 1º, 2 e 3. Pelos dados da Defesa Civil do Estado, em média, na Baixada Santista, foram 190 mm nos três primeiros dias deste ano –some a isso a quantidade de gente nas praias, pela época, e aí o problema aumenta mesmo”, disse.

Conforme a gerente, o excesso de chuvas aumenta ainda a geração de esgoto e de toda a poluição que escoa da superfície do solo para o mar. “Este ano foi além do que a gente esperava. Chuva e muita gente aumentam a quantidade de bactérias fecais nas praias, e nossas amostras microbiológicas confirmaram isso”.

A orientação para o banhista é que, enquanto perdurar o alerta de balneabilidade imprópria –sinalizado, nas praias, com bandeiras vermelhas–, ele evite o contato com a água. A gerente de águas superficiais da Cetesb lembra que, entre as doenças mais comuns transmissíveis na água contaminada, está a gastroenterite. A doença pode provocar diarreia, vômito, febre e dor de estômago.

Diarreia no Guarujá

Indagada se o surto de diarreia que pegou turistas e moradores do Guarujá (Baixada Santista), desde domingo, pode estar relacionada à contaminação da água, a gerente da Cetesb afirmou que “a água imprópria do mar também pode ser causadora, sim –mas alimentos e água de beber em condições de higiene inadequadas também [prejudica a população]. A Secretaria de Saúde do Estado está fazendo um estudo para descobrir as causas desse surto”.

Desde domingo, 850 pacientes passaram por médicos: 500 na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e 350 no Hospital Santo Amaro, em Pitangueiras. A prefeitura local, no entanto, descarta possibilidade de surto e atribui a situação ao número de turistas nessa época, que fez também triplicar a população no município.