Chuva acumulada até hoje faz São Paulo ter o fevereiro mais chuvoso em 13 anos

A forte chuva que alagou pontos em praticamente todas as regiões de São Paulo, nesse domingo (27), foi a segunda mais intensa já registrada no mês de fevereiro pelo Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), desde 1983. A chuva de ontem representou ainda mais da metade de toda a precipitação que já caiu na capital desde o último dia 1º. O mês já soma também o volume de chuvas mais representativo desde 1998.

Dos 235 mm de média histórica para fevereiro, só ontem choveu 109,5 mm, segundo as medições do Inmet no mirante de Santana (zona norte) --até então, a maior chuva de fevereiro anotada pelo instituto foi a de 121,8mm, em 1983. Com isso, o volume total já registrado nos últimos 28 dias chega a 311,5 mm de precipitação --o mais alto em 13 anos, quando a cidade atingiu 394,2mm de chuva em 1998. Historicamente, o fevereiro mais chuvoso da capital foi o de 1995, com 445,5mm. Ainda que acima da média histórica, a quantidade deste mês ainda está abaixo dos 494,5mm de janeiro passado, recorde registrado pelo Inmet desde o início das medições, em 1943.

O rescaldo da chuva de ontem continua nesta segunda-feira: por volta de 16h, a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) confirmava 82 semáforos inoperantes, espalhados pela capital, ainda sem previsão de volta ao funcionamento normal.

Segundo a meteorologista Helena Turon Balbino, a chuva forte aconteceu devido às correntes de umidade provenientes da Amazônia e que estão sobre São Paulo, com mais intensidade, desde a semana passada. Para os próximos dias, disse, a previsão é de mais chuva.

“Até o final desta semana continua chovendo, inclusive em quantidade maior nesta tarde, mas são chuvas isoladas que tendem a diminuir na sexta-feira”, disse. Conforme a  meteorologista, a capital registrará ainda quedas de temperatura nos próximos dias -- fenômeno registrado já desde ontem.

Para o Estado, o Inmet prevê condições meteorológicas favoráveis à ocorrência de chuva moderada a forte, com trovoadas e rajadas de ventos ocasionais em áreas isoladas,  especialmente nas regiões central e norte.

Semáforos

A assessoria de imprensa da CET informou que dos 82 semáforos ainda inoperantes desde a chuva de ontem, 46 estão completamente parados e 36 estão piscantes. Ainda conforme o órgão, tendo em vista a média de 40 mil a 50 mil equipamentos do tipo existentes na cidade, a quantidade dos requerem manutenção “está dentro da média de normalidade, de 2%”. Quarenta e cinco equipes da CET reforçam os cruzamentos onde houve problemas no semáforo --apenas nos pontos principais, contudo.

Ainda conforme a assessoria, até janeiro de 2012  deverão ser trocados cerca de mil equipamentos com controladores eletromecânicos por outros, eletrônicos, "mais resistentes e que permitirão o controle centralizado dos semáforos, à distância".

Alagamentos

As cenas de alagamento --em 59 pontos, conforme o CGE (Centro de Gerenciameto de de Emergências)-- aconteceram nos mais variados pontos do município. No estádio do Morumbi, por exemplo, torcedores do clássico São Paulo x Palmeiras viram as arquibancadas se transformarem em piscinas improvisadas, tamanho o volume de água.

Na marginal Pinheiros,  uma mulher em trabalho de parto teve de ser resgatada por um helicóptero da Polícia Militar.

Na Pompeia (zona oeste), passageiros de um micro-ônibus fora resgatados por botes salva-vidas do Corpo de Bombeiros ante a elevação da água, em uma das vias da região, em cerca de 1,5m.

A assessoria dos bombeiros informou que não houve nenhuma ocorrência considerada grave, apesar da intensidade de precipitação. Apesar disso, a morte de um homem --ele ainda não foi identificado-- por afogamento, retirado hoje às 10h15 do rio Mairiporã, ainda não está confirmada ou descartada como consequência da chuva.