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Polícia diz que esclareceu crime contra alunos da FGV; ação teria levado cerca de uma hora

Arthur Guimarães<br>Do UOL Notícias

Em São Paulo

28/02/2011 18h27Atualizada em 28/02/2011 21h59

A Polícia Civil de São Paulo anunciou na tarde desta segunda-feira (28) que identificou os autores e esclareceu a motivação do ataque a tiros contra dois estudantes da Fundação Getúlio Vargas (FGV) na última quarta-feira (23) em um bar ao lado da faculdade, no bairro da Bela Vista, região central da cidade. O estudante Júlio César Grimm Bakri, 22, morreu antes de chegar ao hospital e seu colega de curso, Christopher Akiocha Tominaga, 23, segue internado em estado grave no Hospital das Clínicas.

Ataque contra 2 estudantes da FGV foi provocado por ciúmes. diz polícia

Segundo o delegado titular da Delegacia Seccional Centro, Kléber Torquato Altale, um dos suspeitos de ter participação no crime foi detido no próprio dia do assassinato, mas por infração ao Código do Desarmamento, já que deu entrada no hospital da Vila Alpina portando cartuchos de pistola 765 para tratar uma “autolesão”. Como apontam as autoridades, o rapaz se feriu com estilhaços de bala, sem querer, durante a ação. Foi somente ontem que a polícia descobriu que Francisco Macedo da Silva, 24, seria um dos  responsáveis pelo ataque aos alunos.

Em entrevista coletiva no 4º Distrito Policial (Consolação) nesta segunda-feira (28), o delegado afirmou que o irmão de Francisco, o foragido Valmir Ventino da Silva, 19, estava no bar ao lado da faculdade quando os estudantes teriam mexido com a sua namorada. Ele também teria sido chamado de “otário”, segundo as investigações. Após os insultos, ainda pelo relato das autoridades, o rapaz teria deixado a namorada em casa, ido ao encontro do irmão e, cerca de uma hora e quinze minutos depois, voltado ao bar para cometer o crime, motivado por ciúme.

A Polícia Civil colheu ontem o depoimento da namorada de Valmir, que confirmou a participação do rapaz no crime, apesar de ter relatado não ter se sentido molestada pela atitude dos jovens baleados. Valmir tem passagem na polícia por roubo e furto.

A Justiça, a pedido da polícia, decretou a prisão temporária de ambos os suspeitos. Agora, o foco das autoridades é encontrar Valmir, que segue foragido e, segundo a polícia, pode estar em Foz do Iguaçu, no Paraná.

As duas armas usadas no crime ainda não foram encontradas, mas a polícia já apreendeu a moto que teria sido usada na ação, dois capacetes, assim como a calça manchada de sangue usada por Francisco ao chegar ao hospital.

Entenda o caso

Os dois estudantes foram baleados enquanto estavam em um bar perto da faculdade com amigos. Júlio César Grimm Bakri, 22, morreu antes de chegar ao hospital e seu colega de curso Christopher Akiocha Tominaga, 23, está internado em estado grave.

Tominaga e Bakri estavam em uma mesa na calçada quando dois homens chegaram em uma moto, atiraram pelo menos quinze vezes na direção dos jovens e fugiram sem levar nada.

Na última sexta-feira, um homem foi detido e ficou preso por dois dias suspeito de ter cometido o crime. Com a prisão do segundo suspeito, que teria confessado o crime, o primeiro detido foi liberado.

O delegado disse que “não é erro” ter detido, por dois dias, um servidor público municipal acusado equivocadamente pelo crime. O homem, que chegou a ter a prisão temporária decretada pela Justiça, foi solto ontem por falta de provas –e após as novas informações obtidas pelas autoridades. Segundo Altale, a polícia “agiu dentro da legalidade” e a detenção do servidor faz parte de uma investigação policial.