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Cerca de 80% dos brasileiros em situação de miséria na região Sudeste está em áreas urbanas

Janaina Garcia<br>Do UOL Notícias

Em São Paulo

18/08/2011 11h28Atualizada em 18/08/2011 18h42

Cerca de 80% dos 2,7 milhões de brasileiros em situação de miséria nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo estão em área urbana. O total representa 25% da população brasileira nessas localidades com renda mensal percapita inferior a R$ 70. O dado foi divulgado nesta quinta-feira (18) pelo governo federal  durante anúncio de medidas que contemplam essa faixa social naquela que é a região com maior PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil.

Em solenidade no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, a União oficializou a unificação dos cartões de transferência de renda complementar ao Bolsa Família nos quatro Estados e apontou três principais estratégias para reversão desse quadro, em parceria com os executivos estaduais, empresários e sociedade civil organizada.

Nas duas primeiras etapas, por exemplo, o governo estabele a busca ativa de pessoas ainda não inscritas nem mesmo no Bolsa Família --só no Sudeste, segundo o Ministério do Desenvolvimento Social, são cerca de 400 mil potenciais beneficiários --e o pagamento da renda federal com o complemento dos governos estaduais pelos R$ 70 percapita. O terceiro passo, que estima capacitação de ao menos 500 trabalhadores até 2014 e a intermediação da mão de obra, é considerada pelo MDS e pela própria presidente Dilma Rousseff como a mais importante e também mais difícil de ser executada.

"O principal desafio será a inclusão produtiva para a população urbana extremamente pobre por meios de cursos de qualificação: de 1,7 milhão de pessoas no Brasil que carecem desse tipo de medida, 500 mil estão no Sudeste", disse a ministra.

De acordo com a chefe do MDS, o plano "está em franca execução, com trabalho avançado" na região. Ela destacou que entre as áreas mais carentes estão o Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, a região de Campos, no Rio, e o Vale do Ribeira, no sul do Estado de São Paulo, como "opções que se destacam para o programa". 

O programa

Os governadores dos quatro Estados assinaram o compromisso de reversão desses índices com a presidente na presença dos ministros Tereza Campello (Desenvolvimento Social), Edson Lobão (Minas e Energia), Ideli Salvatti (Secretaria de Relações Institucionais), Carlos Lupi (Trabalho), Helena Chagas (Comunicação Social) e Afonso Florence (Desenvolvimento Agrário). A cerimônia no Palácio dos Bandeirantes contou também com a presença do ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso, que se sentou à mesa ao lado de Dilma.

No Estado de São Paulo, o programa, que visa complementação de renda de famílias que recebem o Bolsa Família e que tem renda per capital mensal inferior a R$70, começa no próximo mês com a localização das pessoas que vivem em extrema pobreza.

A partir de 2012, o programa vai empregar o uso de um cartão único nos 100 municípios paulistas com IDHM (Índice de Desenvolvimento Humano Municipal) para a distribuição dos valores. Até 2014, a previsão é que o plano atinja outros 545 municipios paulistas --87 deles nas regiões metropolitanas de São Paulo, Campinas e Baixada Santista.

Mapa da pobreza da região Sudeste

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