Operação da PF combate grilagem de terras públicas no norte de Minas Gerais
A Polícia Federal em Minas Gerais, o Ministério Público Estadual e o Ministério Público Federal deflagraram nesta terça-feira (20) a operação “Grilo”. O objetivo é o combate à grilagem de terras públicas que são vendidas a mineradoras para a exploração de jazidas de minério de ferro, recentemente descobertas, com capacidade estimada em 10 bilhões de toneladas.
Os mandados de prisão, de busca e de apreensão e sequestro de bens estão em cumprimento desde as 6h em municípios localizados na região norte do Estado, como Montes Claros.
Em nota, a PF informou que as investigações demonstraram que os investigados integram e lideram uma organização criminosa que há anos vem atuando na região. Além da grilagem, a polícia aponta ainda crimes como falsificação de documentos públicos e particulares, falsidade ideológica, corrupção ativa e passiva, formação de quadrilha e lavagem de dinheiros.
De acordo com a PF, as investigações ainda comprovaram que vastas extensões de terras públicas situadas no extremo-norte mineiro, valorizadas em razão da exploração de ouro e minério de ferro, se tornaram alvo “de intensas atividades especulativo-criminosas dominadas por vários grupos liderados especialmente por mineradoras, por empresas de exploração florestal, por cooperativas de silvicultores e por grileiros de terras que intentam se passar por corretores de imóveis de sucesso”, diz a nota.
Na investigação, os policiais apontaram a participação de servidores públicos vinculados à autarquia estadual Iter-MG (Instituto de Terras) que legitimavam a “posse” de terras devolutas por “laranjas” que jamais tinham sido proprietários ou possuidores de terras na região. Na sequência, o grupo ainda operava para que o agora proprietário vendesse o título às pessoas físicas ou jurídicas intermediárias que, ao final, negociavam a terra com grande mineradoras a preços astronômicos.
Conforme dados do Iter, somente os municípios de Rio Pardo de Minas e Indaiabira, entre 2007 e 2010, foram responsáveis por 15,57% dos títulos distribuídos em Minas Gerais -12,85% apenas em Rio Pardo de Minas.
Ao todo, a operação cumpre, com decisão judicial, 22 mandados de busca e apreensão, dez mandados de prisão temporária, além do sequestro de bens avaliados em R$ 41 milhões. Ao menos 85 policiais participam das ações.
Além de Monte Alegre, os mandados são cumpridos também em Belo Horizonte, Oliveira, Divinópolis, Rio Pardo de Minas, Salinas, Serranópolis de Minas, Taiobeiras, Janaúba e Curvelo.
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