Comandante dos Bombeiros diz que não fará "caça às bruxas" em caso de greve no Rio e promete segurança no Carnaval
O comandante do Corpo de Bombeiros e secretário estadual de Defesa Civil do Rio de Janeiro, coronel Sérgio Simões, afirmou nesta quinta-feira (9) que não pretende prender outras lideranças do movimento da categoria, a exemplo do cabo Benevenuto Daciolo, em caso de greve geral --uma assembleia conjuta com as polícias Civil e Militar e os agentes penitenciários confirmará a paralisação na noite de hoje.
Gravações mostram PMs combinando ações de vandalismo
"É importante esclarecer que nós não temos nenhum ânimo em perseguir ninguém. Não queremos acirrar os ânimos nesse momento complicado, e posso garantir que não haverá nenhum tipo de caça às bruxas em caso de greve. Particularmente, eu me sinto até constrangido em ter que prender um membro da corporação. Estou aberto a todos que quiserem conversar e expor suas opiniões, e também tenho muitos argumentos para debater o assunto", afirmou.
Simões promoveu uma coletiva de imprensa nesta tarde com o objetivo de esclarecer as circunstâncias que levaram a prisão do cabo Benevenuto Daciolo, preso ao desembarcar no aeroporto Internacional do Galeão quando voltava de Salvador, na Bahia. Gravações telefônicas autorizadas pela Justiça e exibidas pelo “Jornal Nacional” revelam conversas do cabo discutindo estratégias para fortalecer o movimento grevista no Rio.
"O cabo Daciolo está preso à disposição da Justiça. Em um primeiro momento, o instrumento legal foi prendê-lo administrativamente por 72 horas. O pedido de prisão preventiva [30 dias] já foi protocolado na Auditoria de Justiça Militar, e deve sair ainda nesta tarde. Ele está sendo acusado dos crimes de incitamento e aliciamento a motim", explicou Simões.
Carnaval garantido
Segundo o coronel, os cariocas, fluminenses e turistas que visitarem o Rio de Janeiro no período do Carnaval não precisam se preocupar. "O Carnaval está 100% mantido. Não teremos nenhuma alteração na operação, e o Corpo de Bombeiros atuará tanto no Sambódromo como nas áreas no entorno, tal como sempre fizemos", afirmou.
"Eu tenho uma dificuldade para lidar com essa ideia de greve. (...) Uma paralisação às vésperas do Carnaval é uma verdadeira covardia", completou.
Com a iminente greve dos bombeiros, policiais militares e civis, e agentes penitenciários, Simões revelou que o governo federal já disponibilizou 14 mil homens para reforçar a segurança na cidade, além de cerca de 300 homens da Força de Segurança.
Além disso, 2.000 bombeiros que atuam na área administrativa da corporação e 700 praças e oficiais que não estão na ativa por conta de cursos de especialização e treinamento já foram chamados para compor o efetivo de socorro. O Corpo de Bombeiros tem um efetivo total de 16 mil agentes.
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