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Secretaria de Transportes defende restrição em São Paulo e "repudia paralisação"

Do UOL, em São Paulo

06/03/2012 14h42

A Secretaria Municipal de Transportes de São Paulo divulgou nota oficial nesta terça-feira (6) afirmando que repudia a paralisação de caminhoneiros em protesto à restrição dos veículos na marginal Tietê, na capital paulista.

Desde ontem, caminhões distribuidores de combustível estão parados e já causam desabastecimento na cidade. Eles protestam contra a medida implantada em dezembro do ano passado, mas apenas com caráter educativo até ontem (5), quando a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) começou a multar os infratores. A marginal foi incluída na zona onde os veículos pesados de carga não podem trafegar das 5h às 9h e das 17h às 22h de segunda a sexta-feira. Nos sábados a interdição é das 10h às 14h.

A secretaria afirma ainda que está “trabalhando para que o abastecimento de combustível não seja prejudicado”. O órgão municipal defende a restrição e diz que “os sindicatos que incitam a greve e tentam marcar posição contra as novas regras de tráfego (...) sempre encontraram um canal aberto com a SMT”.

Porém, o presidente do Sindicam (Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens do Estado de São Paulo, que lidera o movimento) afirma que os motoristas da entidade não foram convidados. "Se ele entrou em contato com algum sindicato não foi conosco. O único contato que tivemos com um órgão público foi com o secretário de Transportes, Marcelo Cardinale Branco, que também não deu retorno sobre o que conversamos ontem", afirmou.

Leia a íntegra da nota da secretaria:

A Secretaria Municipal de Transportes (SMT) informa que repudia veementemente o movimento de greve de sindicatos ligados ao setor de transportes que visa prejudicar o abastecimento de combustível da Cidade. Os sindicatos que incitam a greve e tentam marcar posição contra as novas regras de tráfego na Marginal Tietê e Minianel Viário sempre encontraram um canal aberto com a SMT e há praticamente quatro meses estão sendo avisados que as novas medidas entrariam em vigor.  Neste período, a Secretaria realizou reuniões semanais com os representantes de todas as categorias envolvidas e, inclusive, adiou a data do início da fiscalização do novo horário de circulação na Marginal Tietê para que os caminhoneiros pudessem se adequar às medidas.

Vale lembrar que após estes encontros decidiu-se pela ampliação para oito horas do horário de permissão de circulação dos caminhões durante o dia. O período de 8 horas representa uma jornada de trabalho do caminhoneiro e, com isso, ele poderá fazer a entrega dos produtos pela Cidade durante o dia e retornar ao seu destino.  No período da noite e madrugada, os motoristas de caminhões terão sete horas para transitarem.

A SMT ressalta ainda que está em contato com as distribuidoras de combustível para encontrar alternativas para que o abastecimento seja normalizado e que já encaminhou à Polícia Militar pedido para reforçar a segurança dos caminhoneiros que querem manter o fornecimento do produto e estão sofrendo ameaças de terem seus veículos depredados.

A implantação dessa restrição faz parte de um conjunto de medidas que a atual Administração tem realizado para melhorar a circulação do trânsito, não só nas Marginais, mas na cidade com um todo. A medida também será importante para diminuir os índices de poluição na cidade e, portanto, melhorar o bem-estar de todos os moradores da Cidade.  Atualmente, as maiores capitais do mundo impõem regulamentações para organizar o tráfego de caminhões em suas áreas urbanas.

Em pesquisa realizada na Marginal Tietê, a Companhia de Engenharia de Tráfego detectou que de todos os caminhões que circulavam pela via, mais de 70% tinham outra cidade como destino. Atualmente, a velocidade média na Marginal Tietê é de 29,8 Km/h no pico da manhã. Com esta medida, a CET espera ter um ganho de cerca de 20% na velocidade média dos veículos que circulam pela Marginal Tietê. Por ser a principal via da Cidade, com 23,5 Km de extensão em cada sentido, a Marginal Tietê também é a que concentra o maior volume de veículos, com 1,2 milhão de viagens por dia.

Ressaltamos, portanto, que esta proibição não é apenas uma medida de trânsito. É uma ação de reengenharia de transporte para melhorar a qualidade de vida da Cidade.

Por fim, informamos que, apesar do movimento de greve, estamos trabalhando para que o abastecimento de combustível não seja prejudicado. A maioria das empresas que presta serviço de transporte coletivo na cidade, por exemplo, possui transporte próprio de combustível e  terá escolta da Polícia Militar para garantir o abastecimento. As empresas e cooperativas que não possuem transporte próprio de combustível  também contarão com escolta da Polícia Militar para conseguir reabastecimento de seus tanques.