A pedido da defesa, audiência de policiais de Campinas (SP) acusados de chacina em 2001 é adiada
A audiência de instrução dos policiais civis de Campinas (a 94 km de São Paulo) acusados de realizar uma chacina em 2001 foi adiada nesta quinta-feira (9) a pedido da defesa. O advogado Alfredo Zarins Filho, que defende cinco dos sete réus, alegou que uma das testemunhas de defesa não foi localizada. O juiz João Mário Estevam da Silva aceitou o argumento. Não foi definida uma nova data para o julgamento.
Os policiais são acusados de matar quatro homens suspeitos de fazer parte de uma quadrilha que realizava sequestros-relâmpagos. O crime ocorreu em Caraguatatuba, no litoral paulista, em outubro de 2001.
Entre os mortos na chacina, dois seriam suspeitos de participar da morte do prefeito de Campinas Antonio da Costa Santos, o Toninho do PT, um mês antes. Os policiais teriam partido para o litoral atrás desses dois suspeitos.
De acordo com as investigações, os policiais de Campinas teriam matado os quatro suspeitos durante a operação Caraguá, em Caraguatatuba. Segundo denúncia do Ministério Público, no dia 2 de outubro de 2001 os policiais invadiram o condomínio Maré Mansa 2 e mataram quatro rapazes que dormiam numa casa. Só dois deles tinham antecedentes criminais.
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Na ação, foram mortos Valmir Conti, Anderson José Bastos (ambos suspeitos da morte de Toninho do PT), Fábio Soares Menegrone e Alessandro Renato Pereira Carvalho. Anos depois, dois dos policiais participantes da chacina, Rogério Diniz e Eudes Trevisan, também foram denunciados pelo Ministério Público sob acusação de participar da quadrilha que executou o prefeito.
No boletim de ocorrência registrado em Caraguatatuba consta que participaram da ação o delegado Marcos Antonio Manfrim, o agente Alcir Biazon Júnior, o carcereiro Fábio Nunes Arruda Campos, o investigador Nelson Costa e o agente da Polícia Civil Sandro José da Costa. Os policiais Rogério Diniz e Eudes Trevisan também são réus no processo. Todos devem acompanhar a audiência de instrução desta quinta-feira (9).
Entenda
Audiência de instrução é a fase em que as testemunhas de acusação/defesa são ouvidas e quando há o interrogatório do réu. Após essa fase, tanto a defesa quanto a acusação defendem suas teses, para que depois o juiz decida se manda os réus a júri popular ou não - sentença de pronúncia/impronúncia. Se decidir que não vão a júri popular, eles serão julgados por uma vara criminal comum e não pela Vara do Júri.
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