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Mortes de Celso Daniel e Toninho do PT não foram investigadas como deveriam, diz viúva

Maurício Simionato

Do UOL, em Campinas (SP)

14/05/2012 19h29

A viúva do ex-prefeito de Campinas (SP) Antonio da Costa Santos, o Toninho do PT, Roseana Garcia, afirmou nesta segunda-feira (14) que tanto a morte de seu marido quanto a do ex-prefeito de Santo André (Grande SP) Celso Daniel não foram investigadas como deveriam.

“Sempre cobrei a entrada da Polícia Federal no caso do Antonio [Toninho], mas até hoje o caso continua parado”, afirmou.

Toninho foi assassinado em setembro de 2001 com três tiros disparados por um revólver 9mm nunca localizado. O crime até hoje não foi esclarecido. Já Celso Daniel foi morto em janeiro de 2002 e na última quinta-feira mais três pessoas foram condenadas por homicídio duplamente qualificado.

Roseana Garcia disse que acompanhou o julgamento apenas pela imprensa.

A mulher de Toninho afirmou que recebeu informações, em 2005, de que o mesmo médico-legista do caso de Celso Daniel tinha informações sobre a morte de Toninho. O perito Carlos Delmonte Printes, 55, teria constatado que Daniel havia sido torturado. Em outubro de 2005, contudo, ele foi encontrado morto em seu escritório na zona sul de São Paulo.

“Recebi informações de que esse legista tinha também informações sobre a morte do Toninho. Consegui o telefone dele e estava decidida a conversar, mas ele apareceu morto”, conta.

Roseana afirma que Celso Daniel e Toninho tinham trajetórias distintas dentro do PT. “O Toninho não fazia parte de uma tendência dentro do partido.” No entanto, ela vê algumas semelhanças como o fato de ambos serem lideranças políticas despontando dentro do mesmo partido.

Em setembro do ano passado, quando a morte de Toninho completou dez anos, Roseana chegou a ter audiências e se reunir em Brasília com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso, e com o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, para pedir novas investigações.

“Até hoje, não tive nenhuma resposta sobre os pedidos de investigação”, relata.

Em 2008, o então ministro da Justiça Tarso Genro determinou a instauração de inquérito policial pela superintendência da PF em São Paulo, fato não concretizado sob a alegação de que o pedido foi remetido ao procurador-geral da República e permanece aguardando o seu parecer.

Para Roseana, Toninho foi morto porque mexeu com “diversos interesses políticos em Campinas”. “Antonio morreu porque não tinha preço”, acredita.