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Cabral diz que instalação de UPPs encurrala opções de marginais no Rio

Do UOL, em São Paulo

14/10/2012 10h01

"Os processos de instalação das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) encurralam as opções dos marginais", disse Sérgio Cabral, governador do Rio de Janeiro, na manhã deste domingo (14), logo após policiais militares ocuparem as favelas de Manguinhos, na zona norte do Estado.

Segundo ele, a política de segurança pública adotada pelo Estado do Rio de Janeiro tem contribuído com a diminuição da força do poder paralelo. "Hoje celebramos mais um passo na direção da paz plena", disse ele, que associa à ocupação das favelas à redução de homicídios, de roubos e de violência na região.

"O  efeito prático disso é uma vida mais tranquila para os cidadãos. As repostas são imediatas, a começar pela valorização imobiliária e a valorização da vida."

A ocupação

Dez minutos após o início da operação realizada no fim da madrugada deste domingo, as forças de segurança já haviam ocupado completamente as cinco favelas do complexo de Manguinhos.

Os veículos blindados da Marinha abriram caminho derrubando barreiras de concreto colocadas por traficantes nas principais vias de acesso à região. E em seguida, os policiais do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais) invadiram as comunidades.

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Estado, 165 agentes das tropas da Polícia Civil participaram de uma operação paralela na favela do Jacarezinho –comunidade vizinha-- em apoio à ocupação das demais comunidades. Dois helicópteros auxiliaram os policiais.

"A situação é de absoluta tranquilidade, não há incidentes. Mas estamos preparados para qualquer cenário", disse o coronel Federico Caldas, relações públicas da PM do Rio, que garantiu que ninguém foi detido na operação. "Agora segue um processo meticuloso de busca de drogas, de armas e a prisão de criminosos", completou.

O esquema montado para a ocupação das favelas -- redutos da facção criminosa Comando Vermelho-- contou com o apoio de cerca de 900 policiais da Polícia Militar, incluindo os Batalhões de Operações Policiais Especiais (Bope), de Choque (BPChq), de Ação com Cães (BAC) e o Grupamento Aéreo-Marítimo (GAM), com apoio de efetivos e blindados dos Fuzileiros Navais. No total, 177 fuzileiros navais e cerca de 100 agentes e um helicóptero da Polícia Rodoviária Federal completaram o efetivo.

Ainda de acordo com a PM, mais 400 policiais militares operaram simultaneamente na Baixada Fluminense e nas zonas norte e oeste, no cerco e na busca de armas, drogas e criminosos em ruas e comunidades. A PM utiliza 11 veículos blindados --cinco deles no Complexo de Manguinhos-- e três helicópteros.

Cerimônia

Está prevista para 10h a cerimônia de hasteamento da bandeira do Brasil em uma praça localizada no interior da favela de Manguinhos. O hasteamento simboliza a retomada do controle dos territórios dessas comunidades para as forças do Estado.

As principais vias da região, como as avenidas dos Democráticos, Dom Hélder Câmara e Leopoldo Bulhões permanecem interditadas ao tráfego de veículos por motivos de segurança. Apenas viaturas policiais e veículos de imprensa são autorizados a circular por essas vias.

A previsão da Secretaria da Segurança do Estado do Rio é de que a UPP seja implantada até o fim deste ano. O governo promete inaugurar 40 UPPs no Rio e na Região Metropolitana até 2014.