Policiais gaúchos são orientados a 'não andarem sozinhos' após ataques em Santa Catarina
A recente onda de violência que atinge São Paulo e, mais recentemente, Santa Catarina colocou em alerta as autoridades gaúchas. Nesta quinta-feira, a Chefia da Polícia Civil do Rio Grande do Sul passou a orientar seus agentes a evitarem andar sozinhos.
Embora acreditem que o PCC (Primeiro Comando da Capital), facção que controla os presídios paulistas, não tenha ramificações no Estado, o alto escalão da segurança pública gaúcha age com cautela, principalmente depois de os ataques no Estado vizinho estarem se assemelhando aos que ocorrem na região metropolitana de São Paulo.
"A Chefia de Polícia pediu maior alerta aos agentes. Que quando eles saírem às ruas, que o façam sempre em dois, nunca sozinhos, e com o giroflex das viaturas ligado", disse o delegado regional de Porto Alegre, Cléber Ferreira.
Conforme o policial, a atenção está redobrada desde o início desta semana. "Qualquer informação obtida pelos agentes deverá ser imediatamente checada. A situação no Estado está tranquila, mas é importante estarmos mobilizados", disse.
As polícias catarinenses e gaúchas estão em constante diálogo. Até porque assaltantes, principalmente a bancos, de ambos os Estados não raro cruzam a fronteira para atacar.
No início do mês, o Deap (Departamento Estadual de Administração Prisional) de Santa Catarina emitiu um informe aos colegas gaúchos dando conta da interceptação de um suposto plano de assassinato a agentes no Rio Grande do Sul.
Manuscritos do PCC
A informação foi obtida quando um criminoso catarinense ligado ao PGC (Primeiro Grupo Catarinense), facção suspeita de orquestrar os ataques ao Estado vizinho, teria avisado a um detento gaúcho que viajaria para matar policiais em território gaúcho.
Mais cedo, em abril, as forças de segurança começaram a aguçar os ouvidos para boatos de que os mandamentos manuscritos do PCC estavam circulando pelo Presídio Central, o maior do Rio Grande do Sul. Foram apreendidos pedaços de papel com as "leis" dos criminosos na casa prisional.
Entretanto, para a polícia, isso não parece representar uma verdadeira ameaça. "Não temos notícia da atuação do PCC em nosso Estado. Além disso, os detentos gaúchos que têm ligação com esse grupo estão presos em outros Estados."
Ainda segundo os policiais, entretanto, há de se ter cautela para que os criminosos gaúchos não queiram imitar os ataques catarinenses para ganhar status no mundo do crime.
O governo também anunciou a mudança no comando do presídio de São Pedro. Depois da saída de Carlos Alves, na quarta, em meio à denúncias de tortura, o segundo dele, Renato Silva, foi nomeado diretor. Silva assumirá segunda, em meio à expectativa da reação dos presos.
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