A Polícia Federal deflagrou nesta sexta-feira (23) uma operação em São Paulo e em Brasília para desarticular um esquema de corrupção em órgãos federais. Policiais cumprem seis mandados de prisão, sendo dois contra servidores públicos, acusados de obter pareceres técnicos fraudulentos para beneficiar interesses privados.
Na operação, foram cumpridos mandados na Anac (Agência Nacional de Avião Civil) e na ANA (Agência Nacional de Águas).
A operação é realizada na capital e no interior de São Paulo, nas cidades de Cruzeiro, Dracena e Santos, além de Brasília. No total, são cumpridos 43 mandados de busca e apreensão.
De acordo com nota da PF, o inquérito policial teve início em março de 2011 após a polícia ter sido procurada por um servidor do TCU (Tribunal de Contas da União) que contou ter sido recebido a oferta de R$ 300 mil para que elaborasse um parecer técnico para beneficiar um grupo empresarial do setor portuário.
A investigação revelou, porém, que não se tratava de um caso isolado, mas que havia um grupo que atuava em diversos órgãos públicos federais. O grupo, formado por servidores públicos e agentes privados, agia cooptando servidores de órgãos públicos para que fosse acelerada a tramitação de procedimentos ou que elaborassem pareceres técnicos fraudulentos para beneficiar interesses privados.
Os investigados responderão, de acordo com suas ações, pelos crimes de corrupção ativa, corrupção passiva, formação de quadrilha, tráfico de influência, violação de sigilo funcional, falsidade ideológica e falsificação de documento particular, cujas penas podem ir de 2 a 12 anos de prisão.
A operação foi coordenada pela Superintendência de São Paulo, e, à tarde, o superintendente no Estado, Leandro Daiello Coimbra, deve dar uma coletiva de imprensa sobre a operação.
Outro lado
Em seu site, a ANA divulgou uma nota em que confirma que a PF esteve no local na manhã desta sexta, por mais de quatro horas, para coletar documentos no gabinete do diretor Paulo Rodrigues Vieira. Segundo a agência, o mandado da PF não envolve a ANA ou qualquer outro servidor da agência.
Na ANAC, a assessoria de imprensa também confirmou que foi cumprido um mandado de busca e apreensão de documentos relacionado a um dos seus servidores.
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