Estado e prefeitura tentam recuperar imóveis invadidos após temporais em Cubatão (SP)

O governo de São Paulo e a Prefeitura de Cubatão (56 km de São Paulo) tentam recuperar, na Justiça, os 730 imóveis invadidos no último fim de semana, após o temporal registrado entre sexta-feira (22) e sábado (23). Na tentativa de evitar novas invasões, policiais militares vigiam os arredores do Bolsão 9, entre as rodovias Anchieta e Imigrantes, onde se situam as casas e os apartamentos.

O município espera desde segunda-feira (25) pela resposta a uma ação de reintegração de posse de 173 apartamentos, e a CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano) ingressou com pedido semelhante ontem (26) para reaver 597 imóveis. Nas unidades erguidas pelo Estado, o fornecimento de água foi suspenso no domingo (24).

Os conjuntos habitacionais construídos pela prefeitura, denominados Imigrantes 1 e 2, destinam-se a famílias residentes na Vila Esperança, que está sendo urbanizada. Nesta semana, 44 famílias desse bairro se mudariam para os novos apartamentos, cujas ligações de água seriam providenciadas após a transferência. Há apartamentos ainda em obras, em número não especificado pelo município.

"A invasão praticada configura enorme transtorno para as famílias que estavam por mudar e enorme prejuízo ao poder público, que se vê impedido de dar continuidade às ações do programa habitacional, com o comprometimento, inclusive, da sua viabilidade técnica”, alegou o procurador municipal, José Eduardo Limongi França Guilherme, na petição entregue ao Fórum de Cubatão.

Sem água após chuva

A prefeitura afirmou ter oferecido ônibus aos invasores, para que fossem transportados aos locais onde os desabrigados pela chuva – 473 até a última contagem divulgada, às 19h de segunda-feira (25)– estão sendo atendidos. Porém, todos os apartamentos invadidos permanecem ocupados, mesmo sem estarem ligados à rede de água.

No conjunto da CDHU, batizado de Parque dos Sonhos, haverá ao todo 1.154 casas, apartamentos e sobrados, 508 deles já entregues. Os imóveis se destinam a antigos moradores de áreas sob risco de deslizamento nos bairros situados nas encostas da Serra do Mar. Segundo a companhia, 3.702 famílias já foram retiradas e transferidas dessas zonas para imóveis em Cubatão e cidades vizinhas.

O corpo de Aline Domingues Barros Ribeiro, 27, morta na noite de segunda-feira (25) após o desabamento parcial da fachada de um supermercado em Cubatão, foi enterrado às 11h30 de hoje (27) no cemitério São João Batista, situado na cidade natal da jovem --Guareí, interior de São Paulo.

Aline foi atingida por blocos de concreto durante o desmoronamento. O Supermercado Krill, no bairro Jardim Casqueiro, foi interditado pela prefeitura.