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Temporal volta a deixar desabrigados em Cubatão (SP)

Rafael Motta

Do UOL, em Santos (SP)

18/03/2013 10h23

A chuva voltou a castigar Cubatão (56 km de São Paulo) nesse domingo (17). Pela segunda vez em menos de 30 dias, voltou a chover, em 24 horas, mais do que o previsto para o mês inteiro. Sete famílias do núcleo Pilões foram retiradas de casa e transferidas ao Ginásio Poliesportivo Castelo Branco, no centro da cidade–onde ainda vivem outras 92 famílias desabrigadas pela enchente do mês passado.

A chuva foi intensa, mas inferior à de fevereiro: atingiu 189,2 mm (milímetros) no alto da serra, ante 250,4 mm entre a noite de 22 e a madrugada de 23 de fevereiro. Porém, a chuva se juntou à elevação do nível do rio Pilões, que margeia parte das casas do núcleo –situado no sopé da Serra do Mar–, que atingiu 1,1 metro no final da tarde.

O novo temporal ocorreu três dias após a reintegração de posse de apartamentos e casas erguidos pela prefeitura e pelo governo do Estado no Bolsão 9, um núcleo habitacional em construção às margens da interligação das rodovias Anchieta e Imigrantes. A maioria dos ocupantes era formada por desabrigados pela enxurrada de fevereiro, sobretudo de Pilões e do núcleo Água Fria.

Na manhã desta segunda (18), cerca de 100 famílias removidas do Bolsão 9 e que ficaram acampadas por quatro dias diante do Paço Municipal deixaram o local. Segundo a Prefeitura, 55 delas eram de bairros afetados pela chuva de fevereiro e foram levadas a um abrigo provisório. As demais, de áreas não prejudicadas ou de outras cidades da Baixada Santista.

“Uma frente fria se deslocou lentamente pelo Estado de São Paulo, e os ventos marítimos injetaram muita umidade na serra”, informou a meteorologista Josélia Pegorim, do Instituto Climatempo. “Essa frente está no norte do Estado do Rio de Janeiro. Ainda deve chover hoje [18] de forma persistente e moderada. Preocupa, pois a terra está encharcada, e há risco de deslizamentos”.

Para terça-feira (19), não deve chover e pode haver períodos de sol. Porém, segundo Josélia, está prevista nova frente fria para o próximo fim de semana.

Alagamentos e naufrágio

Em outras cidades da Baixada Santista, como Santos (72 km de São Paulo) e São Vicente (65 km de São Paulo), registraram-se alagamentos. Nesta última, as cheias foram mais volumosas por causa do acúmulo de lixo na cidade. A prefeitura admitiu uma nova empresa para a coleta de resíduos domésticos na semana passada e prevê a normalização do serviço até quarta-feira (20).

Na noite de domingo (17), um barco de pesca com cinco tripulantes foi à deriva na Laje de Santos, situada a aproximadamente 40 quilômetros da costa de Santos. Todos foram resgatados pela Marinha e aportaram no TPPS (Terminal Pesqueiro Público de Santos) no início da madrugada desta segunda-feira (18). A Capitania dos Portos do Estado apura as razões do incidente.

Litoral norte: calamidade

Em São Sebastião (191 km de São Paulo), no litoral norte, a prefeitura declarou estado de calamidade pública depois que 645 pessoas ficaram desabrigadas por causa da chuva. Os 111,4 mm registrados pela Defesa Civil no domingo (17) correspondem a mais da metade do volume de precipitações esperado para o mês.

Ainda nessa região, a força da água provocou queda de barreira na rodovia Rio-Santos, na altura do km 157 (no trecho entre Juquehy e Barra do Una). A pista está bloqueada desde a manhã de domingo e não há previsão de reabertura, de acordo com o DER (Departamento de Estradas de Rodagem).

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