Acusação promete testemunha "bombástica" e critica promotor; julgamento começa na segunda-feira (4)
O advogado José Arteiro Cavalcante, assistente de acusação da Promotoria no processo sobre o sumiço de Eliza Samudio, afirmou que levará uma testemunha cujo depoimento não deixará margens a dúvidas sobre a condenação do goleiro Bruno Souza pela morte da sua ex-amante.
Cavalcante disse, no entanto, que irá preservar o nome da pessoa, que não está na lista de testemunhas anunciadas pelo TJ-MG (Tribunal de Justiça de Minas Gerais). O advogado disse ainda que pretende convencer a juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues, do 1º Tribunal do Júri de Contagem, cidade da região metropolitana de Belo Horizonte, para ouvir o depoimento da testemunha durante o julgamento do goleiro e de sua ex-mulher Dayanne de Souza.
O júri popular se inicia nesta segunda-feira (4), no Fórum doutor Pedro Aleixo, localizado em Contagem.
“Vamos desmascarar o Bruno. A testemunha não foi arrolada, acho que foi uma falha grande do promotor, mas acho que ela pode ser ouvida como testemunha do juízo. Ela [testemunha] sabe tudo”, afirmou.
Para Cavalcante, Bruno será condenado. “O Bruno já está morto, esse julgamento é só para sacramentar, jogar uma pá de cal e fechar a tampa do caixão e jogar terra por cima”, disse.
Ligações feitas entre os acusados
O promotor Henry Castro afirmou, por meio da assessoria do MPE (Ministério Público Estadual), de Minas Gerais, que não falaria com a imprensa por causa de uma “imersão” a ser feita por ele no processo. No entanto, as últimas movimentações do promotor e entrevistas dadas anteriormente delinearam como será a atuação da acusação no julgamento do goleiro Bruno Souza e de Dayanne de Souza, ex-mulher do jogador.
Mais uma vez, Castro deverá explorar o argumento de que o arqueiro teria sido o mandante do assassinato de Eliza Samudio, sua ex-amante e com quem teve um filho.
Outro ponto do processo que deverá ser levado em conta pelo promotor será o cruzamento das ligações telefônicas feitas entre os acusados, no dia indicado como sendo o da morte da moça (10/06/2010), e que foram alvo de investigação pela Polícia Civil mineira.
A defesa de Bruno deve adotar a estratégia de culpar somente Macarrão pela morte.
Outro ponto forte da acusação é o conhecimento profundo que o promotor demonstrou ter do processo, o que inviabilizou, em parte, a tentativa de alguns advogados de defesa de arrastar o julgamento com constantes pedidos de consultas ao documento, com aproximadamente 15 mil páginas.
Ao ser questionado em uma entrevista dada a um jornal mineiro, Castro afirmou que não existe uma prova preponderante sobre outras, mas sim, um conjunto de provas que é considerado por ele como preponderante para pedir a condenação dos réus.
“Não tem uma [prova] em especial. Temos os telefonemas entre [o ex-policial Marcos Aparecidos dos Santos] Bola, Macarrão e o então menor [Jorge Luiz Lisboa Rosa] no dia do crime e nos dias anteriores. As antenas de celular mostram todos eles próximos à casa de Bola [localizada na cidade de Vespasiano, região metropolitana de BH], na noite do crime. Há o sangue no carro [na Land Rover que pertencia ao goleiro Bruno] e o depoimento das testemunhas", afirmou.
O primo do goleiro Jorge Luiz Lisboa Rosa deverá depor durante o julgamento, de acordo com o TJ-MG. Ele foi uma das principais testemunhas do caso e deverá, caso compareça, ser bastante sabatinado pelo promotor. Um DVD contendo a entrevista dada por Rosa ao programa “Fantástico”, da "TV Globo", no dia 24 do mês passado, foi anexada ao processo e deverá ser exibida aos jurados.
Um inquérito complementar e sigiloso também foi anexado ao processo. A pedido do MPE (Ministério Público Estadual), a Polícia Civil mineira investiga a suposta participação de dois ex-policiais na morte de Eliza.
Também a pedido do órgão, a Justiça autorizou em janeiro deste ano a quebra do sigilo bancário do goleiro, o que deverá ensejar por parte do promotor alguma citação com o resultado da quebra do sigilo durante o julgamento.
Castro também deverá argumentar em relação a um dos trunfos da defesa, que alega não ter sido encontrado o corpo de Eliza Samudio, denotando assim a ausência do crime de homicídio.
“A defesa se desmoronou. Antes, os advogados diziam que não havia existido o crime. Depois, reconheceram a morte. E agora, voltam a negar”, disse o promotor durante a entrevista. Para tanto, ele também deverá relembrar aos jurados que a Justiça mineira determinou, em janeiro de 2013, a expedição da certidão de óbito de Eliza Samudio.
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