Terra no sapato de Mizael não era compatível com a de represa, diz perito
O perito-chefe da investigação do caso Mércia Nakashima, Renato Domingos Pattoli, afirmou, durante o terceiro dia de julgamento do policial reformado Mizael Bispo de Souza, nesta quarta-feira (13), que a terra encontrada no sapato do réu não é compatível com a da represa de Nazaré Paulista, onde o carro e o corpo da vítima foram localizados.
Pattoli é a terceira testemunha da defesa ouvida hoje --a primeira, do dia --no julgamento que acontece no Fórum de Guarulhos, na Grande São Paulo.
Relembre o caso Mércia
Questionado pelo advogado de defesa Samir Haddad Junior, Pattoli contou que, no calçado de Mizael, foi encontrada uma alga compatível com a que existe na represa, mas a terra que estava grudada no sapato não existe no mesmo local.
"A quantidade de terra encontrada era pequena, mas dá para afirmar que não era compatível", disse.
Segundo o biólogo Carlos Eduardo Bicudo, ouvido como testemunha no primeiro dia de julgamento, algas não se fixam na terra e sim em um substrato. Por isso, a terra e a alga encontradas no sapato de Mizael podem ter vindo de locais diferentes.
Pattoli também contou que, pessoalmente, pegou dois pares de sapato de Mizael na casa do réu e que decidiu, a partir de uma análise visual, não recolher outros calçados.
O perito afirmou que o responsável por ter empurrado o carro de Mércia para dentro da represa necessariamente precisou colocar o pé dentro d'água.
"Foi surpresa pra mim [o suspeito] conseguir jogar o carro na represa. Nunca havia visto algo assim", contou.
O biólogo Bicudo disse que havia dito ainda à época que o sapato precisou entrar na água para ter a alga fixada nele.
Mizael deve falar amanhã
O réu deverá dar sua versão sobre a morte de Mércia Nakaschima, morta em 2010 e com quem ele manteve um relacionamento, na quinta-feira (14). A previsão é do assistente de acusação Alexandre de Sá. Mizael é acusado de matar a ex e é julgado desde a segunda-feira (11) pelo Tribunal do Júri de Guarulhos (Grande São Paulo).
Com isso, a fase de debates deve começar também na quinta, com a sentença sendo proferida, provavelmente, apenas na sexta-feira (15).
Nesta quarta-feira (13), deverão ser ouvidas quatro pessoas: três testemunhas da defesa e uma do júri. Ontem, quatro testemunhas foram ouvidas: o delegado Antonio Assunção de Olim, responsável pela investigação da morte de Mércia, o advogado Arles Gonçalves Júnior, a corretora de imóveis Rita Maria de Souza e o investigador Alexandre Simone Silva.
Segundo dia de julgamento
O primeiro e mais demorado depoimento de terça-feira (12) foi o do delegado que investigou o desaparecimento de Mércia, Antonio Assunção de Olim.
O delegado disse que durante a investigação uma mulher procurou a delegacia à época dizendo que havia se relacionado com o Mizael com o único objetivo se descobrir se ele era culpado pelo assassinato. Segundo ele, Mizael teria ficado tentado em aceitá-la como álibi para se livrar da acusação da morte de Mércia.
Em seguida, Arles Gonçalves Junior, representante da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) que acompanhou as investigações sobre o crime, respondeu aos questionamentos formulados pela promotoria e pela defesa. Ambas as testemunhas haviam sido arroladas pela acusação.
Logo após, foram inquiridas duas --das cinco-- testemunhas de defesa. A primeira delas foi Rita Maria de Souza, funcionária da imobiliária responsável pela locação da sala comercial que o réu utilizava como escritório. Ela afirmou que o réu era "educado, cavalheiro e abria a porta do carro" para a vítima.
Por fim, o policial civil Alexandre Simone Silva, que investigou as ligações feitas entre os celulares de Mizael, Mércia e Evandro, no dia do crime prestou depoimento.
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