Ciclista diz que sente "muita pena" de jovem que o atropelou em São Paulo
O ciclista David Santos Sousa, 21, que nesta terça-feira (26) deu sua primeira entrevista coletiva após o acidente em que perdeu o braço ao ser atropelado na avenida Paulista, em São Paulo, disse que gostaria de ter um encontro com o motorista que o atropelou, o estudante Alex Siwek, 21. “O sentimento é de muita pena dele. Se tiver a oportunidade de olhar olho no olho e perdoá-lo, estarei lá”, afirmou David.
Siwek fugiu do local, na região central de São Paulo, sem prestar socorro, no dia 10 de março, com o braço decepado da vítima preso a seu carro. O rapaz se entregou mais tarde à polícia e disse ter jogado o membro da vítima em um córrego na zona sul da capital paulista, o que impossibilitou qualquer tentativa de reimplante por meio de cirurgia. “Se fosse depender do Alex, eu não estaria aqui para contar essa história para vocês”, disse David, voltando a afirmar que, mesmo assim, perdoaria o motorista.
Ele reviu nesta terça, pela primeira vez, as duas pessoas que o socorreram no dia do acidente. A mãe de David, Antônia Ferreira dos Santos, 51, que acompanhava a entrevista, passou a maior parte do tempo calada.
Ao fim da entrevista do filho, disse que, assim como ele, perdoa o motorista que o atropelou, e agradeceu ao estudante Thiago Chagas dos Santos, 26, que tem formação como técnico de enfermagem, e ao coordenador de informática Agenor Pereira Jr., 41, que prestaram os primeiros socorros à vítima.
“Estou muito feliz de ele estar a meu lado, de Deus ter colocado esses dois anjos para salvar o David”, disse Antônia, que é empregada doméstica e está sem trabalhar há 19 dias para cuidar do filho.
Antes disso, David já havia agradecido em voz alta aos dois pelo esforço de trazê-lo de volta à vida quando o encontraram no chão. “Eu devo a minha vida a essas pessoas de todas as formas”, disse o jovem ao abraçá-los.
A reportagem telefonou para o escritório dos advogados de Alex Siwek para que eles comentassem as declarações de Ademar Gomes, mas nenhum dos defensores estava no local. A secretária dos advogados disse que eles entrarão em contato com o UOL assim que retornarem ao escritório.
No dia do acidente, Pablo Naves Testoni, um dos advogados de Siwek, afirmou que o motorista ficou "chocado" com o acidente e que os relatos das testemunhas se contradizem. "Algumas testemunhas disseram que ele estava em velocidade incompatível e que fazia zigue-zague. Outras disseram que ele não estava em velocidade incompatível. E ele mesmo diz que teve que fazer uma manobra brusca quando aconteceu o acidente."
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