Topo

Parentes de vítimas de acidente da TAM fazem vigília para lembrar seis anos da tragédia

Fabiana Maranhão

Do UOL, em São Paulo

17/07/2013 19h15Atualizada em 17/07/2013 19h29

Cerca de cem pessoas, entre parentes e amigos, se reuniram na noite desta quarta-feira (17) perto do aeroporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo, para lembrar os seis anos do acidente com o avião da TAM.

Elas se concentraram no memorial que foi construído no local do acidente ocorrido em 2007, em frente ao aeroporto. O Airbus 320 que havia decolado de Porto Alegre não conseguiu parar na pista de Congonhas, atravessou a avenida Washington Luís e atingiu um prédio da TAM.

Eles realizaram uma vigília para lembrar a morte das 199 pessoas. Os nomes de cada uma das vítimas foram ditos em voz alta em meio a orações. Para Archeval Xavier, vice-presidente da Afavtam (Associação de Amigos e Parentes das Vítimas do Voo TAM JJ3054), é importante que se reflita sobre a questão da segurança aérea no país.

O julgamento dos três réus do caso começa no dia 7 de agosto, quando serão ouvidas as testemunhas de acusação, que segue até o dia seguinte (8). As testemunhas de defesa deverão ser ouvidas nos dias 11 e 12 de novembro, por meio de videoconferência desde o Rio de Janeiro, Brasília e Curitiba, e nos dias 3, 9 e 10 de dezembro, em São Paulo, como determinou o juiz federal Márcio Assad Guardia, substituto da 8ª Vara Federal Criminal da capital.

Ainda não foram definidas as datas para a ouvida dos acusados Denise Maria Ayres Abreu, então diretora da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), Marco Aurélio dos Santos de Miranda e Castro, que era diretor de segurança de voo da TAM, e Alberto Fajerman, então vice-presidente de operações da empresa.

"Esperamos que [eles] sejam condenados e que a pena seja exemplar para que casos assim não se repitam. A impunidade leva à reincidência", afirma Archeval Xavier. 

Homenagem em Porto Alegre

Parentes e amigos estiveram na tarde desta quarta-feira no Largo da Vida, em Porto Alegre, onde depositaram flores e fotos junto às árvores que representam as 199 vítimas da tragédia. O jardim foi criado depois do acidente, na avenida Severo Dullius, a 300 metros do aeroporto Salgado Filho, de onde o Airbus decolou. 
 
Um dos participantes, Roberto Gomes, que perdeu o irmão Mário, 49, disse que não há sentimento de vingança, mas admitiu que muitos familiares não conseguem evitar a raiva porque o acidente não deveria ter acontecido se todas as precauções tivessem sido tomadas pelos responsáveis.
 
"Além disso, há pessoas que ainda não saíram do estado de luto", observou. "Quando uma família perde alguém por circunstâncias naturais, sofrem as pessoas mais próximas e os amigos, mas no nosso caso não houve essa intimidade, foi em horário nobre da televisão", lembrou.
 
(Com Estadão Conteúdo)