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Após confusão, reconstituição do sumiço de Amarildo começa com 4 horas de atraso

Gustavo Maia

Do UOL, no Rio

01/09/2013 19h00Atualizada em 02/09/2013 08h47

Marcada para as 15h deste domingo (1º), a reconstituição do desaparecimento do ajudante de pedreiro Amarildo de Souza, 43, morador da comunidade da Rocinha que sumiu no dia 14 de julho, começou com quase quatro horas de atraso, às 18h50, por conta de um desentendimento entre as polícias Civil e Militar. Por volta das 8h desta segunda-feira, os trabalhos continuavam.

Os 20 policiais militares que estavam de plantão no dia do desaparecimento chegaram ao local por volta das 12h de domingo. Porém, de acordo com Marcos Espinola, advogado dos quatro policiais que abordaram Amarildo, como às 15h55 os agentes da DH (Divisão de Homicídios) da Capital (DH) ainda não tinham chegado, os policiais receberam orientação do Estado Maior da PM para deixar o local --a informação ainda não foi confirmada pela PM.

Por volta das 16h10, 15 minutos após os PMs deixarem o local na companhia do major Edson Santos, comandante da unidade, os policiais civis apareceram.

"O ofício que chegou para eles informava que eles deveriam chegar às 12h, e eles chegaram na hora", disse o advogado, que representa os soldados Victor Vinicius Pereira da Silva, Douglas Roberto Vidal Machado, Jorge Luis Gonçalvez Coelho e Marlon Campos Dias.

Mais de uma hora depois da chegada dos agentes, a Polícia Civil informou que a reconstituição aconteceria assim que os PMs retornassem à UPP, o que ocorreu por volta das 18h30 --de acordo com a corporação, a volta dos policiais foi ordenada pelo comando da PM.

Questionado sobre o atraso de uma hora e dez minutos dos agentes, a assessoria da Polícia Civil afirmou que a reunião do delegado Rivaldo Barbosa, titular da DH, com a equipe de peritos para planejar a operação havia demorado mais que o previsto.

Por volta das 19h, policiais civis levaram um PM para a localidade conhecida como "Cachopa". O policial militar, que não teve a identidade divulgada, pediu para usar um capuz para não ser identificado, por morar em uma comunidade perigosa.

Outro policial solicitou a mesma coisa. A movimentação dos policiais atraiu a atenção de curiosos e provocou transtornos no trânsito da Rocinha. Depois disso, o delegado voltou com o PM para a sede da UPP, e a imprensa foi proibida de acompanhar de perto os procedimentos.

De acordo com Barbosa, a reconstituição passaria pelo local onde Amarildo foi abordado pelos PMs da UPP, nas proximidades da casa do pedreiro na rua Dois, pela sede da unidade --onde a identidade dele teria sido averiguada-- e pela escadaria por onde ele teria saído depois de ser liberado.

O delegado afirmou que a reprodução servirá "para esclarecer dúvidas e omissões em tudo o que já foi falado até agora nas investigações". Ele disse ainda que os familiares de Amarildo também participariam da reconstituição.

Cerca de 100 policiais da DH e do Core (Coordenadoria de Recursos Especiais) da Polícia Civil participam da ação.