Beagle é encontrado abandonado em São Roque (SP); polícia investiga se animal foi retirado do Instituto Royal
Um cão da raça beagle foi encontrado abandonado na noite desta quarta-feira (23) na rodovia Raposo Tavares, em São Roque (a 66 quilômetros de São Paulo).
A polícia suspeita que o animal seja um dos 178 beagles retirados do Instituto Royal na madrugada do último dia 18, por ativistas contrários ao uso dos cães como cobaias em pesquisas científicas. Este é o terceiro cão da raça achado perdido na cidade desde a invasão do laboratório.
O cão foi encontrado na região do Marmeleiro, por um morador do bairro, que o levou para casa e chamou a polícia.
O beagle foi levado para o canil do setor de Zoonoses de São Roque e será submetido a exames veterinários que devem comprovar se o animal é um dos animais usados em exames laboratoriais.
Um dia após a invasão, outros dois cachorros também foram abandonados na cidade. As fêmeas estão sob os cuidados do deputado federal Ricardo Tripoli (PSDB), mas, de acordo com a polícia, também deverão ser submetidas a exames que podem comprovar se os animais foram retirados do instituto.
Investigação
Nesta quarta-feira (22), a polícia colheu os primeiros depoimentos sobre o caso. Dois inquéritos foram instaurados: um para investigar as denúncias de maus-tratos e outro da invasão ao laboratório.
Veja o vídeo divulgado pelo Instituto Royal
Segundo o delegado responsável pela investigação, uma manifestante que confirmou participação no ato foi ouvida hoje, mas negou ter “invadido” o local e retirado os animais.
Outras 19 pessoas também foram intimadas e devem prestar depoimento nos próximos dias.
O caso
Cento e setenta e oito cachorros da raça beagle foram retirados do Instituto Royal durante a madrugada de sexta-feira (18) por um grupo de ativistas, que protestava contra supostos maus-tratos em frente ao local. Mesmo com a presença da polícia, as pessoas entraram e retiraram os cachorros que estavam presos em gaiolas.
O instituto usa animais como cães, coelhos e ratos em testes de remédios.
De acordo com os ativistas, a denúncia era de que os cachorros estavam sendo sacrificados com métodos cruéis. O mesmo instituto já tinha sido alvo de outras denúncias ao Ministério Público.
O Instituto e o governo negam qualquer tipo de irregularidade.
O laboratório foi totalmente depredado pelos manifestantes. Nesta quarta-feira (22), a instituição divulgou um vídeo de esclarecimentos. Nele, a gerente-geral Silvia Ortiz deixa claro que os cachorros não eram usados em testes de produtos de limpeza, como chegou a ser comentado em redes sociais.
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