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Em uma década, expectativa de vida no Brasil vai de 71 para 74,6 anos

Do UOL, no Rio

02/12/2013 10h11Atualizada em 02/12/2013 11h54

Dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) na manhã desta segunda-feira (2) mostram que a projeção da tábua de mortalidade para 2012 resultou em uma expectativa de vida de 74,6 anos no Brasil para ambos os sexos, um acréscimo de cinco meses e 12 dias em relação ao valor estimado para o ano de 2011 (74,1 anos).

Em um intervalo de dez anos, a expectativa de vida do brasileiro cresceu 3,6 anos --em 2002, o valor projetado era de 71 anos. As tábuas são divulgadas anualmente, baseadas no Censo 2010, estimativas de mortalidade infantil e notificações e registros oficiais de óbitos por sexo e idade no país.

Em uma análise retrospectiva, os dados mostram que na comparação com 1980, a população brasileira teve ganho médio de 12,1 anos já que, à época, a esperança de vida era 62,5. Duas décadas depois, em 2000, os números mostram ganho de quatro anos e dois meses. Segundo o pesquisador do IBGE Fernando Albuquerque a tendência é que a expectativa de vida continue a crescer.

“Os índices de mortalidade da população brasileira ainda são distantes de países mais desenvolvidos. Por isso, ainda vamos continuar aumentando a expectativa de vida. O Brasil ainda tem 'gordura' para queimar em termos de mortalidade. Além disso, a expectativa é que, com programas governamentais e não governamentais de melhoria do saneamento, transferência de renda e acesso a medicamentos, a mortalidade continue a cair”, disse.

Para a população masculina, o aumento foi de quatro meses e dez dias, passando de 70,6 anos para 71. Já para as mulheres, o ganho foi maior:  em 2011, a esperança de vida ao nascer delas era de 77,7 anos, elevando-se para 78,3 anos em 2012 (aumento de seis meses e 25 dias).

Para o IBGE, a mortalidade maior para os homens, principalmente entre os jovens, pode ser explicada pela maior incidência dos óbitos por causas violentas, que atingem com maior intensidade a população masculina.

O valor também varia de acordo com a idade do brasileiro. Para um brasileiro de 40 anos, por exemplo, a estimativa é que ele viva até os 78,3 anos. Já para pessoas acima de 80 anos, a expectativa é de que vivam mais 9,1 anos.

A tábua mostra ainda que a probabilidade de um recém-nascido do sexo masculino não completar o primeiro ano de vida foi de 0,01703 no ano passado --isto é, cerca de 17 bebês para cada mil nascidos morreriam antes de completar o primeiro ano de vida. Já em relação ao sexo feminino, este valor seria de 0,01428, uma diferença de 2,7 óbitos de crianças menores de um ano para cada mil nascidos vivos.

Houve diminuição, entre 2011 e 2012, da mortalidade feminina dentro do período fértil --de 15 a 49 anos de idade. Em 2011, de cada cem mil nascidas vivas, 98.038 iniciariam o período reprodutivo e, destas, 93.410 completariam este período. Já para 2012, de cada cem mil nascidas vivas, 98.105 atingiriam os 15 anos de idade e, destas, 93.568 chegariam ao final deste período.

O estudo do IBGE aponta para queda dos níveis de mortalidade, que, segundo o instituto, já foram "bem mais elevados" quando do início do processo de transição demográfica no Brasil. Em 1940, de cada 100 mil crianças nascidas vivas do sexo feminino, 77.777 iniciariam o período reprodutivo e destas, 57.336 completariam este período. Ou seja, a probabilidade de uma recém-nascida completar o período fértil em 1940, que era de 57,3%, passou para 93,6% em 2012.

A fase adulta --definida pelo IBGE como o intervalo de 15 a 59 anos de idade-- foi beneficiada com o declínio dos níveis de mortalidade, de acordo com a pesquisa. Em 2011, de cada mil pessoas que atingiriam os 15 anos, 846 aproximadamente completariam os 60 anos de idade.

Já em 2012, destas mesmas mil pessoas, 848 atingiriam os 60 anos, isto é, foram poupadas duas vidas neste intervalo de idade. Em todas as idades foram observados aumentos nas expectativas de vida, beneficiadas com a diminuição da mortalidade, informou o IBGE.

Fator previdenciário

As Tábuas Completas de Mortalidade do Brasil são usadas pelo Ministério da Previdência Social como um dos parâmetros para determinar o fator previdenciário, no cálculo das aposentadorias do Regime Geral de Previdência Social.

Mesmo que ligeiro, o aumento da esperança de vida afeta o bolso dos brasileiros. Quando a expectativa de vida aumenta, maior é o desconto do fator previdenciário nas aposentadorias, ou seja, menor é o valor do benefício. (Com agências)