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Além de água e comida, Cabral pede a Dilma reforço policial para conter saques no Rio

Do UOL, em São Paulo

11/12/2013 20h23

O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, confirmou ter pedido auxílio do governo federal após as fortes chuvas que têm provocado estragos em diversas regiões do Rio de Janeiro. Além de pedir colchonetes, água potável e cesta básica, o Estado solicitou o envio de reforço de policiais federais para conter saques na rodovia Presidente Dutra.

Em nota, Cabral disse ter falado duas vezes ao telefone com a presidente Dilma Rousseff sobre a situação das chuvas. Também relatou ter entrado em contato com os ministros da Justiça, José Eduardo Cardoso, e da Integração Nacional, Francisco Teixeira, bem como com o general Adriano Pereira Junior, secretário Nacional de Defesa Civil.

"A presidente tem dado todo apoio ao nosso governo. É um momento de todos integrados para atender à população", destacou Cabral.

Mas, paralelamente aos pedidos feitos ao governo federal, o Governo do Estado do Rio informou que vai investir na limpeza dos leitos dos rios e das vias marginais de Nova Iguaçu, Queimados, Japeri e Belford Roxo. "Todas as máquinas e caminhões do Arco Metropolitano e do Programa Bairro Novo. O Instituto Estadual do Ambiente utiliza 8 retroescavadeiras e 30 caminhões", apontou a nota.

Registro de saques

Um homem foi preso em flagrante na tarde desta quarta-feira (11) embaixo da passarela 19 da avenida Brasil, próximo à Cidade Alta, na zona norte do Rio, abordando motoristas que enfrentavam o trânsito na via devido aos alagamentos na região.

Segundo a Polícia Militar, Wallace Pena Lima, 31, foi preso em posse de um revólver, e com ele foram encontrados dinheiro, joias e telefones celulares. A ocorrência foi registrada na 22º DP (Penha).

Antes e depois

  • Veja os locais afetados pela chuva

Um caminhão frigorífico também teve a carga saqueada no início da tarde, próximo ao Trevo das Margaridas, em Irajá. PMs fazem buscas por suspeitos na região. A avenida Brasil, que estava bloqueada desde o início da manhã, reabriu por volta das 15h15 apenas para veículos pesados (caminhões e ônibus).

Para tentar reprimir esses assaltos, a Polícia Militar reforçou as ações de patrulhamento. Policiais do Batalhão de Policiamento em Vias Especiais e do GAT (Grupamento de Ações Táticas) dos batalhões de Rocha Miranda e Irajá foram deslocados para o patrulhamento nas principais vias expressas da cidade.

Transtornos

O temporal que castigou a região metropolitana do Estado do Rio de Janeiro nesta quarta-feira (11) gerou prejuízos principalmente para a capital fluminense e a cidade de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Foram registradas mais de cem ocorrências de desabamentos e deslizamentos no Estado, e o Corpo de Bombeiros socorreu quatro feridos, nenhum com gravidade. Um homem de 50 anos desapareceu após ser levado por uma enxurrada em Nova Iguaçu, onde o prefeito Nelson Bornier (PMDB) decretou calamidade pública.

A chuva também provocou a suspensão das aulas em pelo menos 384 unidades escolares públicas no Estado do Rio. O acúmulo de água formou vários bolsões d'água e pontos de alagamento. O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), pediu à população que evitasse se deslocar. A rodovia Presidente Dutra ficou fechada em razão dos alagamentos, e um grupo de homens armados aproveitou para fazer arrastões. Na avenida Brasil, que também ficou alagada, motoristas foram assaltados e caminhões, saqueados.

Revoltados com os estragos provocados pela chuva, moradores de Nova Iguaçu interditaram o trecho do km 194 da Via Dutra, em ambos os sentidos, com o objetivo de protestar. Em Austin, também em Nova Iguaçu, cujos alagamentos afetaram praticamente todo o bairro, um grupo de pessoas invadiu a linha férrea no sentido Queimados como forma de manifestação. Dois ramais (Saracuruna e Belford Roxo) ficaram sem operar, e duas estações chegaram a ficar fechadas. No metrô, as últimas cinco estações da linha 2 também foram interditadas.

Já aeroporto Santos Dumont ficou fechado por mais de três horas, e os voos foram desviados para o Aeroporto Internacional Tom Jobim/Galeão. O Sistema de Alerta e Alarme Comunitário da Prefeitura do Rio acionou sirenes em 49 comunidades durante a madrugada. Por volta das 12h, a situação foi normalizada e os moradores voltaram para suas casas. Os rios Pavuna e Manguinhos, também na zona norte, transbordaram, e as ruas que cortam os bairros ficaram intransitáveis.