Mesmo com controle da PM, presídio mais violento do país, no MA, registra 1ª morte de 2014
Um detento de 35 anos foi encontrado morto, na madrugada desta quinta-feira (2), no complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís (MA). Josivaldo Pinheiro Lindoso foi estrangulado dentro da cela nove do presídio. Não há ainda acusados pelo crime.
Foi a primeira morte em 2014 no presídio, que em 2013 registrou 60 mortes --o que levou o complexo a ser apontado pelas entidades como o mais violento do país. Foi também a primeira morte desde que a Polícia Militar assumiu o local, no dia 27 de dezembro.
O local é alvo de denúncia dos conselhos nacional de Justiça e do Ministério Público. Porém, segundo a Associação dos Magistrados do Maranhão, o domínio de facções criminosas impediu a inspeção por completo do local.
Segundo a Secretaria de Justiça e Administração Penitenciária, Lindoso foi preso na terça-feira, dia 31 de dezembro, com outras quatro pessoas. Como tinha um mandado de prisão em aberto, ele foi levado a uma delegacia da capital e, em seguida, foi transferido para um dos presídios do complexo.
Ainda segundo o órgão, a morte já está sendo investigada pelas autoridades. O corpo do detento foi encaminhado para o IML (Instituto Médico Legal) de São Luís.
Pedido de intervenção
Na última segunda-feira (30), o presidente da Comissão do Sistema Prisional do CNMP, Alexandre Saliba, entregou ao procurador-geral da República em exercício, Eugênio Aragão, o relatório final da inspeção realizada no complexo de Pedrinhas, realizada no último dia 20.
Segundo o CNMP, o relatório vai integrar o processo que estuda um possível pedido de intervenção no sistema prisional do Estado.
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu informações à governadora Roseana Sarney (PMDB) sobre as ações no sistema prisional para reverter o quadro. O prazo termina no próximo dia 6.
Em resposta à crise, o governo do Estado anunciou, no fim de 2013, a criação da Direção de Segurança dos Presídios do Maranhão para atuar junto à comissão de investigação que está apurando todas as denúncias feitas pelo CNJ.
A governadora Roseana Sarney (PMDB) também anunciou que o Estado pretende construir ao menos 11 dessas unidades prisionais em regime de urgência, sem licitações.
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