Presídio no Maranhão registra segunda morte em menos de 24 horas
Em menos de 24 horas, o Complexo Penitenciário de Pedrinhas registrou a segunda morte de 2014. Segundo a Secretaria de Estado de Justiça e Administração Penitenciária (Sejap), Sildener Pinheiro Martins, 19, foi morto na tarde desta quinta-feira (2), no Centro de Detenção Provisória, em São Luís.
O preso foi morto em uma briga de integrantes de uma mesma facção criminosa. Segundo autoridades locais, o complexo é dominado por grupos criminosos. Em nota, a Sejap disse que crime já está sendo investigado pela Delegacia de Homicídios.
Foi também a segunda morte desde que a Polícia Militar assumiu o local, no dia 27 de dezembro.
Outro crime
Na quarta-feira (1º), outro preso, de 35 anos, foi encontrado morto enforcado no Centro de Triagem.
Em 2013, o complexo registrou 60 mortes --o que levou o complexo a ser apontado pelas entidades como o mais violento do país.
A Sejap informou que uma série de medidas são tomadas para "devolver a normalidade ao sistema prisional do estado e para assegurar os direitos e a integridade de seus usuários".
Segundo nota, uma Comissão de Investigação foi instalada logo após as denúncias feitas pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), e está acompanhando todos os trabalhos nos presídios.
Pedido de intervenção
Na última segunda-feira (30), o presidente da Comissão do Sistema Prisional do CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público), Alexandre Saliba, entregou ao procurador-geral da República em exercício, Eugênio Aragão, o relatório final da inspeção realizada no complexo de Pedrinhas (nome popular do centro de detenção), realizada no último dia 20.
Segundo o CNMP, o relatório vai integrar o processo que estuda um possível pedido de intervenção no sistema prisional do Estado.
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu informações à governadora Roseana Sarney (PMDB) sobre as ações no sistema prisional para reverter o quadro. O prazo termina no próximo dia 6.
Em resposta à crise, o governo do Estado anunciou, no fim de 2013, a criação da Direção de Segurança dos Presídios do Maranhão para atuar junto à comissão de investigação que está apurando todas as denúncias feitas pelo CNJ.
A governadora Roseana Sarney (PMDB) também anunciou que o Estado pretende construir ao menos 11 dessas unidades prisionais em regime de urgência, sem licitações.
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