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Ampliação do rodízio é "medida estrutural", diz Haddad

Tiago Dantas

Do UOL, em São Paulo

10/01/2014 13h33Atualizada em 10/01/2014 13h52

O prefeito Fernando Haddad (PT) afirmou nesta sexta-feira (10) que pretende discutir a ampliação do rodízio com a cidade e que não teme críticas caso decida adotar a medida. Segundo ele, o estudo feito por técnicos da CET faz parte da política de transportes do seu governo.

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"Não estamos apostando na ampliação do rodízio para resolver o problema do trânsito em São Paulo. Fizemos 300 quilômetros de faixas exclusivas de ônibus, lançamos o Bilhete Único mensal no prazo combinado, estamos apoiando os projetos de metrô e monotrilho. Não são medidas paleativas. São medidas estruturais."

Haddad aproveitou para criticar quem é contra as faixas de ônibus. "Existe uma resistência de uma parcela da sociedade contra as faixas exclusivas. Tem gente que quer que o morador de Parelheiros e de Itaquera continue levando duas horas para chegar no trabalho. "

A declaração foi feita durante uma visita ao Itaquerão, que sediará a abertura da Copa do Mundo.

O prefeito também criticou o protesto que chegou a bloquear a Marginal do Pinheiros na manhã desta sexta-feira por integrantes do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), alegando que a prefeitura já estava negociando com os manifestantes.

"Fico sem entender porque alguém que está sentando na mesa para negociar uma demanda com a prefeitura tem que travar o trânsito e atrapalhar o trabalhador", disse Haddad.

"Esse grupo está sendo recebido há algumas semanas pelos meus secretários. O que eles fizeram hoje foi prenudicar o trabalhador da zona sul, o pessoal de M'Boi Mirim, Jardim Angela, Jardim São Luís, que chegou no seu trabalho mais tarde. Não me parece o melhor caminho."

Haddad disse que um decreto da gestão de Gilberto Kassab (PSD) transforma a área em que o MTST está acampado em parque. Mesmo que isso fosse revertido, segundo Haddad, caberiam mil unidades habitacionais no local - o grupo pede 8 mil.

O prefeito lembrou ainda que os programas habitacionais da prefeitura seguem um critério e não vão mudar por pressão de alguns grupos. "Temos milhares de famílias cadastradas, esperando serem atendidas. Existe uma lógica. O critério não é aquele que protesta mais ou trava o trânsito."

Ampliação do rodízio

A Prefeitura de São Paulo apresentou nesta quinta-feira (9) um estudo que propõe a inclusão de cerca de 400 novas vias, correspondendo a 371 km, no esquema de rodízio municipal de veículos.

A previsão é que a mudança comece a vigorar entre março e abril deste ano, mas antes será discutida pelo Conselho Municipal de Trânsito e Transporte da cidade de São Paulo no próximo dia 15.

Com as mudanças, a prefeitura espera aumentar em 8,5% a velocidade média em São Paulo no horário de pico da manhã, que passaria dos atuais 18,9 km/h para 20,5 km/h.

Para José de Almeida Sobrinho, presidente do conselho deliberativo do Instituto Brasileiro de Ciências do Trânsito, o rodízio de veículos na capital paulista é um improviso.

"Toda medida que envolve rodízio é paliativa. Deve ser adotada enquanto não se toma outra medida definitiva. Na capital, se tornou permanente", analisa o especialista em trânsito.

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