Rio: contra aumento de tarifas, jovens pulam catracas, e PM usa bombas

Cerca de 500 manifestantes que protestam contra o aumento das passagens de ônibus no Rio de Janeiro resolveram pular as catracas da Central do Brasil por volta das 19h desta quinta-feira (6), assustando os comerciantes locais, que fecharam as portas. A Polícia Militar usou bombas de efeito moral dentro da estação para conter o protesto.

Com o tumulto, muitos passageiros que estavam voltando do trabalho também correram para fugir da cortina de fumaça provocada pelas bombas e que tomou conta da estação. Muitas pessoas passaram mal e desmaiaram no local. Pelo menos um foi detido e levado algemado pela polícia.

A confusão teve início quando alguns policiais tentaram retirar os manifestantes do local com golpes de cassetetes. Eles revidaram jogando pedras, e teve início o confronto. O repórter do UOL Gustavo Maia foi agredido por policiais militares com golpes de cassetete enquanto fazia a cobertura do protesto.

Além dos confrontos dentro da Central, também houve enfrentamentos em ruas próximas. Alguns manifestantes arrancaram tapumes de uma obra para usar como escudos e atiraram pedras na direção de policiais. Outros fizeram fogueiras e montaram barricadas.

Os policiais destacados para o protesto atuam sem identificação. Procurada, a Polícia Militar afirmou ainda não ter posicionamento sobre os fatos referentes ao protesto, bem como balanço de feridos e presos na ação policial.

O valor da passagem vai subir de R$ 2,75 para R$ 3 a partir de sábado (8). Após a confusão, a SuperVia, concessionária que administra o sistema de trens urbanos no Rio, liberou as catracas para todos os usuários. A empresa informa que fechou as estações Central do Brasil e Praça da Bandeira. Os trens de todos os ramais circulam apenas até a estação São Cristóvão.

O MetrôRio informou que os acessos Campo de Santana, Ministério do Exército e Supervia da estação Central do Brasil; o Alfândega da estação Presidente Vargas; e os acessos Praça e Theatro Municipal, na estação Cinelândia, foram fechados. Os intervalos de horário de pico serão mantidos pelas próximas horas. Segundo o Centro de Operações, a avenida Presidente Vargas tem interdições na altura da Central, e os motoristas devem evitar a região.

O grupo de manifestantes, que se concentrou ao lado da Igreja da Candelária, começou a caminhada às 18h20. Mais cedo, eles fecharam a avenida Presidente Vargas, onde responsáveis pela segurança dos prédios no local colocaram tapumes para proteger as vidraças. Pelo menos 30 integrantes do black bloc participam do protesto.

Os manifestantes carregaram faixas e cartazes pedindo tarifa zero e também protestando contra a corrupção no país e os gastos na Copa do Mundo. Boa parte dos participantes do protesto tem o rosto coberto com lenço e outros ativistas estão usado máscaras.

O aumento das tarifas foi o mote dos protestos de junho do ano passado, que contagiaram o país com esta e outras demandas. Naquele momento, Rio e São Paulo voltaram atrás e reduziram os valores das passagens. (Com Agência Brasil e Efe)