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Paralisação de ônibus atinge região metropolitana de BH

A greve dos rodoviários que atinge a região metropolitana de Belo Horizonte atingiu 75% das garagens. Segundo a BHTrans, as estações Barreiro, Diamante, Venda Nova e Vilarinho ficaram fechadas - Fernanda Carvalho/O Tempo/Estadão Conteúdo
A greve dos rodoviários que atinge a região metropolitana de Belo Horizonte atingiu 75% das garagens. Segundo a BHTrans, as estações Barreiro, Diamante, Venda Nova e Vilarinho ficaram fechadas Imagem: Fernanda Carvalho/O Tempo/Estadão Conteúdo

Carlos Eduardo Cherem e Rayder Bragon

Do UOL, em Belo Horizonte

24/02/2014 08h40Atualizada em 24/02/2014 11h20

No dia marcado para a Prefeitura de Belo Horizonte divulgar o resultado da auditoria realizada pela Ernst & Young, e que vai esclarecer a composição de preços das passagens de ônibus na cidade, nesta segunda-feira (24), motoristas e cobradores iniciam uma paralisação por tempo indeterminado. A BHtrans confirmou que as estações Barreiro, Diamante, Venda Nova e Vilarinho estão paralisadas, enquanto a Estação São Gabriel opera apenas em parte. A greve está afetando 75% das garagens de ônibus na cidade, sendo que 53% estão totalmente paralisadas e 22% operam precariamente.

A greve foi iniciada às 0h desta segunda-feira, sob esquema de segurança montado pela Polícia Militar (PM), que enviou viaturas para garagens e estações de ônibus. 

Em nota divulgada à imprensa, o Sitram informou que a Justiça, através de liminar, determinou a circulação de 70% da frota nos horários de pico e de 50% nos demais horários para todas as linhas do transporte coletivo. Em caso de descumprimento, a multa diária é de R$ 50 mil.

De acordo com a BHTrans, por volta das 8h30, o trânsito era intenso nas principais vias da cidade. Nos locais onde havia congestionamento, agentes auxiliam os motoristas a encontrar alternativas para circulação. A empresa não tem uma estimativa oficial sobre o número de passageiros afetados pela paralisação. 

Preços das passagens

O levantamento foi encomendado pela Prefeitura de Belo Horizonte, em março do ano passado, após anúncio dos preços das passagens de ônibus na capital mineira, que acabaram revogados após os protestos às vésperas da Copa das Confederações. Ao custo de R$ 1,97 milhão, o levantamento da Ernst & Young, previsto inicialmente para terminar em oito meses, demorou 12 meses para ser concluído e, finalmente, divulgado.

O resultado da auditoria vai apontar se é possível haver aumento ou redução nos preços das passagens de ônibus em Belo Horizonte. O anúncio dos resultados do levantamento da Ernst & Young foi adiado por três vezes (em novembro de 2013, em fevereiro deste ano e há uma semana). De acordo com a BHTrans, empresa de transportes do município, a “auditoria consiste em um estudo econômico e  financeiro da arrecadação e dos gastos das concessionárias”.

O presidente do Sindicato dos Rodoviários de Belo Horizonte e Região Metropolitana Ronaldo Batista de Morais negou neste domingo (23) que a greve tenha relação com a divulgação da auditoria nas empresas de ônibus. "Não tem relação nenhuma", afirmou.

Segundo o sindicalista, o sindicato recebeu a informação da divulgação do resultado do levantamento, após a realização da assembleia de motoristas e cobradores, que aconteceu na quinta-feira (20).

Mobilização não inclui piquetes

Os rodoviários reivindicam reajuste salarial de 21,5%, jornada de trabalho de seis horas, ticket de alimentação com 30 diárias no valor de R$ 15, além de piso salarial 30% superior para os motoristas de veículos do BRT (na sigla em inglês), que começam a circular no início de maio na capital mineira. De acordo com o presidente do sindicato, Ronaldo Batista de Morais, as empresas de ônibus teriam dito não terem condição de oferecer reajuste salarial. O Setra-BH (Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte) informou que houve até o momento cinco rodadas de negociações, mas não chegou a discutir reajustes salariais. A expectativa dos rodoviários é que as negociações sejam retomadas. 

“Vamos fazer essa mobilização nas portas das garagens. Não tem piquete. Temos ao menos um diretor em cada empresa conscientizando o trabalhador da necessidade de ele parar por tempo indeterminado”, afirmou Morais.