Dançarino da Globo morreu de hemorragia após perfuração no pulmão
O dançarino Douglas Rafael da Silva Pereira, conhecido como DG, morreu por causa de uma perfuração no pulmão, segundo apontou declaração de óbito do Instituto Médico-Legal (IML). Cópia do documento foi entregue à família e divulgada nas redes sociais pelo advogado Rodrigo Mondego, da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
O corpo de DG foi encontrado na manhã de terça-feira (22) dentro de uma escola municipal no morro Pavão-Pavãozinho, em Copacabana, na zona sul do Rio. A mãe, identificada como Maria de Fátima, disse que ele não morava na comunidade e havia ido até lá para visitar a filha.
Em nota divulgada mais cedo, a Polícia Civil informou que a análise do IML mostrou que as escoriações eram "compatíveis com morte ocasionada por queda". A mãe de DG contestou a versão: "Ele não caiu, ele estava machucado. Tinha marcas de chutes nas costas, nas costelas".
"[Policiais Militares] bateram nele e quando viram que era um menino da 'Globo' tentaram esconder o corpo. Meu filho seria mais um Amarildo se não tivessem visto o corpo dele", afirmou. A família de Douglas acredita que ele tenha sido espancado por policiais da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora).
Regina Casé, apresentadora do programa "Esquenta", se manifestou através de sua conta do Facebook sobre a morte do dançarino: "Eu estou arrasada e toda a família 'Esquenta' está devastada com essa notícia terrível. Uma tristeza imensa me provoca a morte do DG, um garoto alegre, esforçado, com vontade imensa de crescer. O que dizer num momento desses? Lamentar claro essa violência toda que só produz tragédias assim. Que só leva insegurança às populações mais pobres do país".
Protesto termina em outra morte
Um protesto contra a morte de DG acabou em mais violência na noite de terça-feira (22). Um homem que aparentava ter 30 anos morreu durante o ato na favela Pavão-Pavãozinho atingido por um tiro na cabeça, segundo informações do hospital Miguel Couto, na Gávea, para onde o corpo foi levado.
Ele já chegou morto à unidade. Além disso, um menino de 12 anos foi baleado quando descia a ladeira San Roman, na esquina com a rua Sá Ferreira. Segundo relatos de testemunhas, ele estava sozinho e com as mãos para o alto.
No começo da noite, os manifestantes fizeram barricadas de fogo e pelo menos um carro foi incendiado. Com isso, a avenida Nossa Senhora de Copacabana precisou ser interditada. O comércio local fechou as portas.
Policiais militares do 23º BPM (Leblon) foram acionados para conter a revolta dos moradores. O principal foco de confronto se deu em um dos acessos à favela.
A PM utilizou balas de borracha e bombas de efeito moral e de gás lacrimogêneo na tentativa de dispersar os manifestantes, que responderam com pedras e paus. Testemunhas relataram terem ouvido disparos de armas de fogo por parte dos policiais militares. (Com Agência Brasil)
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