Topo

Pelo menos dez são detidos tentando impedir circulação de ônibus no Rio

Do UOL, no Rio

13/05/2014 09h33Atualizada em 13/05/2014 13h44

Pelo menos dez pessoas foram detidas na manhã desta terça-feira (13) ao tentarem impedir o trabalho de motoristas e cobradores de ônibus que não aderiram à paralisação de 48 horas que começou à 0h no Rio de Janeiro.

Segundo a Polícia Militar, um homem e uma mulher, funcionários da Viação São Silvestre, foram conduzidos para a 22ª DP (Penha). Segundo pessoas que estavam no ônibus 945 (Pavuna x Ilha do Fundão), da Viação Via Rio, eles obrigaram o motorista a parar o veículo na pista lateral de descida da avenida Brasil, altura do Mercado São Sebastião, e quebraram a chave do coletivo.

Mais cedo, na praça Saens Peña, policiais do Batalhão de Choque avistaram duas motocicletas, com dois ocupantes cada uma, que tentavam forçar o motorista de um ônibus a desembarcar do veículo. Ao verem os PMs, os suspeitos tentaram fugir, mas foram detidos e conduzidos até a 19ª DP (Tijuca).

Em Santa Cruz, na zona oeste, quatro homens foram detidos após tentar depredar e fechar a estação Pingo D'Água do BRT. Eles foram levados para a 36ª DP.

Depredações

A Rio Ônibus (sindicato das empresas de ônibus do Rio de Janeiro) informou que já havia pelo menos 75 veículos depredados na cidade, por pessoas que integram piquetes que se formaram nas imediações das empresas desde a madrugada.

Em nota, o Rio Ônibus anunciou que pedirá ao TRT (Tribunal Regional do Trabalho) que considere "ilegal e abusivo o movimento grevista convocado por um grupo de rodoviários que anunciou a paralisação do serviço de ônibus, nesta terça e quarta-feira, na cidade do Rio".

Os trabalhadores reivindicam aumento salarial de 40% (e não os 10% acordados entre o sindicato da categoria e as empresas de ônibus), o fim da dupla função e reajuste no valor da cesta básica –de R$ 150 para R$ 400. A convocação é feita por um grupo dissidente, que não se sentiria representado pelo Sintraturb-Rio (Sindicato dos motoristas e cobradores de ônibus do Rio de Janeiro).

A Justiça do Rio já determinou que quatro líderes da comissão de rodoviários que decidiu pela paralisação, identificados como Hélio Alfredo Teodoro, Maura Lúcia Gonçalves, Luís Claudio da Rocha Silva e Luiz Fernando Mariano, devem se abster de "promover, participar, incitar greve e praticar atos que impeçam o bom, adequado e contínuo funcionamento do serviço de transporte público, bem como mantenham distância das garagens das empresas consorciadas filiadas ao sindicato (Rio Ônibus)".

O líder do movimento grevista, Helio Teodoro, pediu desculpas pelos transtornos causados pela paralisação da categoria à população do Rio, "que não tem nada a ver com a história", e afirmou que "a culpa da greve é do sindicato" que representa a categoria.

Para ele, a decisão judicial é típica de uma "ditadura". "Vivemos num país democrático, mas isso é uma ditadura. E se eu morar perto de uma garagem, eu não posso ir pra casa?", questionou.

Transtornos

No primeiro dia das 48 horas de paralisação dos motoristas e cobradores, os passageiros que mais enfrentam transtornos são os que tentam deixar a zona oeste da cidade. Nenhum ônibus de linha municipal circulou pelo bairro de Jacarepaguá desde o início da madrugada. Nem mesmo os ônibus do tipo frescão circularam nas ruas, ao contrário da greve na semana passada, quando os coletivos circulavam com passageiros em pé.

Motoristas e cobradores fazem greve no Rio de Janeiro

Já a movimentação de passageiros de ônibus na região da Central do Brasil era tranquila no início da manhã. Entre as 5h45 e as 6h45, havia poucas linhas de ônibus circulando na região, geralmente abastecida por ônibus que partem de toda a cidade. Presença massiva, apenas a de veículos que fazem viagens intermunicipais, principalmente de oriundos da Baixada Fluminense.