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Justiça proíbe 4 líderes grevistas de promover paralisação de ônibus no Rio

Pontos de ônibus ficam lotados durante paralisação de rodoviários - Fernando Maia/UOL
Pontos de ônibus ficam lotados durante paralisação de rodoviários Imagem: Fernando Maia/UOL

Do UOL, em São Paulo

13/05/2014 00h31Atualizada em 13/05/2014 09h06

O sindicato das empresas de ônibus do Rio de Janeiro, Rio Ônibus, informou que a Justiça do Rio determinou que quatro líderes da comissão de rodoviários que decidiu pela paralisação do serviço de ônibus nesta terça (13) e quarta-feira (14), identificados como Hélio Alfredo Teodoro, Maura Lúcia Gonçalves, Luís Claudio da Rocha Silva e Luiz Fernando Mariano, devem se abster de "promover, participar, incitar greve e praticar atos que impeçam o bom, adequado e contínuo funcionamento do serviço de transporte público, bem como mantenham distância das garagens das empresas consorciadas filiadas ao sindicato (Rio Ônibus)".

A juíza Andréia Florêncio Berto, que tomou a decisão no Plantão Judiciário, cita a violência praticada na paralisação do dia 9 de maio e fixa multa de R$ 10 mil por cada ato de descumprimento da decisão. O Rio Ônibus informa que vai entrar com um pedido no TRT (Tribunal Regional do Trabalho) para que considere ilegal e abusivo todo o movimento grevista. Hoje, segundo o sindicato das empresas, pelo menos dez ônibus da Jabour foram depredados.

Os motoristas e cobradores participantes começaram a paralisação, com duração prevista para 48 horas, à 0h desta terça-feira (13). Apesar disso, a paralisação já era sentida pela população às 23h de ontem. Era possível ver pontos com muita gente e verificar poucos ônibus para fazer a ligação entre o centro da capital fluminense e bairros das zonas norte e oeste da cidade.

Com a paralisação, havia nos pontos de ônibus na região da Central do Brasil, no centro da cidade, quem esperasse caronas de colegas de trabalho, como o rádio-operador Felipe Rezende, 24. "Está impossível pegar ônibus pra Ilha do Governador, onde eu trabalho. Ontem à noite, quando saiu a notícia da greve, o pessoal do trabalho se mobilizou pra um dar carona ao outro. Vim de metrô, de Copacabana, e um colega vem me pegar aqui na Central", disse ele, minutos antes de entrar no carro do amigo.

Entre as 5h45 e as 6h45, havia poucas linhas de ônibus circulando na região, geralmente abastecida por ônibus que partem de toda a cidade. Presença massiva, apenas a de veículos que fazem viagens intermunicipais, principalmente de oriundos da Baixada Fluminense.

O ato havia sido decidido nesta segunda-feira, em assembleia realizada na porta do TRT, depois de uma audiência de conciliação que terminou sem acordo. Hoje, o número de ônibus nas ruas é ainda menor do que o da última paralisação, realizada na última quinta-feira.

Os trabalhadores reivindicam aumento salarial de 40% (e não os 10% acordados entre o sindicato da categoria e as empresas de ônibus), o fim da dupla função e reajuste no valor da cesta básica –de R$ 150 para R$ 400. A convocação é feita por um grupo dissidente, que não se sentiria representado pelo Sintraturb-Rio (Sindicato dos motoristas e cobradores de ônibus do Rio de Janeiro).

Helio Alfredo Teodoro, líder dos dissidentes, disse em entrevista à rádio "CBN" que o sindicato das empresas de ônibus, Rio Ônibus, se recusou a abrir as negociações: "Nós fomos lá como plateia; fomos chamados apenas para assistir à discussão entre o Sintraturb e o Rio Ônibus."

Segundo relatos de rodoviários em redes sociais, os trabalhadores devem adotar a mesma tática utilizada em São Paulo: retirar os carros das garagens das empresas e estacioná-los nas ruas, sem embarque ou desembarque de passageiros. Cerca de 1,8 milhão de pessoas utilizam diariamente os ônibus municipais do Rio.

O Rio Ônibus, afirma que considera a convocação abusiva e ilegal por estar sendo organizada por um grupo de rodoviários que não tem legitimidade nem representatividade legal da categoria na cidade do Rio. Segundo o sindicato, foi estabelecido um acordo com o Sintraturb-Rio, que se posicionou contrário à paralisação, chegando a um acordo de 10% de reajuste salarial e 40% na cesta básica.

Plano de contingência

A Prefeitura do Rio divulgou nota na qual informa que desenvolveu um plano de contingência para minimizar os impactos da paralisação. Além do reforço em metrô, trens e barcas, a Polícia Militar deve garantir a segurança na saída das garagens dos quatro consórcios, nas estações do BRT Transoeste e nos terminais de ônibus.

Na SuperVia, a operação de horário de pico foi antecipada em uma hora e meia e começou às 4h30. O horário de pico da tarde também será prolongado, de acordo com a demanda. No metrô, o horário de pico começou uma hora antes, às 5h30, também com prolongamento à tarde. Já a operação das barcas começaram às 6h30, meia hora antes.

Na semana passada, uma paralisação de 24 horas provocou uma série de transtornos para os usuários do transporte público na capital fluminense. Segundo balanço divulgado pelo Rio Ônibus, 531 veículos foram depredados em diversos pontos da cidade.