Não houve fuga, saímos pela frente, diz deputada sobre carona a ativistas
A deputada Janira Rocha (PSOL), que afirmou ter dado carona, em veículo oficial, a duas pessoas consideradas foragidas da Justiça, na segunda-feira (21), entregou nesta sexta-feira (25) uma carta de esclarecimento à Corregedoria da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro). Os suspeitos foram investigados e denunciados à Justiça por supostos atos de violência em manifestações, assim como outras 20 pessoas. Há dois dias, o desembargador da 7ª Câmara Criminal, Siro Darlan, deferiu habeas corpus anulando a prisão preventiva de todos os acusados.
No documento, a parlamentar declara que, em sua opinião, "não houve fuga", já que ela e os ativistas deixaram o Consulado do Uruguai --onde a advogada Eloisa Samy teve negado pedido de asilo político-- "pela porta da frente do prédio, entre manifestantes e jornalistas que se encontravam no local". Além disso, Janira mencionou o fato de que não havia autoridade policial para dar voz de prisão aos ativistas no momento em que eles saíram do edifício situado em Botafogo, na zona sul do Rio.
No dia seguinte à carona, a Corregedoria da Alerj enviou ao gabinete da deputada um ofício com a finalidade cobrar explicações. Na delegacia de Botafogo (10ª DP), a polícia registrou um boletim de ocorrência para investigar suposto crime de favorecimento. Na ocasião, o corregedor da Casa, Comte Bittencourt (PPS), informou que só se manifestaria sobre o assunto depois que a representante do PSOL prestasse esclarecimentos.
Dentro do carro da deputada estavam, além de Eloisa Samy, o estudante David Paixão, 18, também considerado foragido na ocasião, e a namorada dele, Camila Nascimento, que não integra o grupo de ativistas acusados. Janira relatou ter dado uma carona ao trio até São Conrado, na zona sul da cidade, onde Eloisa encontrou familiares e advogados.
"Saímos pela porta da frente do prédio, entre manifestantes e jornalistas que se encontravam no local, paramos na calçada e no sinal vermelho na esquina da rua em frente ao Consulado sem sermos interpelados por ninguém", declarou Janira.
Ativistas deixam prisão
Elisa Quadros, também conhecida como "Sininho", Camila Jourdan e Igor D'Icarahy, três dos cinco ativistas que continuavam presos no Rio de Janeiro, deixaram na quinta-feira (24) o complexo penitenciário de Gericinó, em Bangu, na zona oeste da capital fluminense. Eles não vão poder deixar o Rio sem autorização judicial, têm de entregar passaporte e comparecer uma vez por mês em juízo para justificar suas atividades.
Outros dois acusados, Fábio Raposo e Caio Silva de Souza, também foram beneficiados com o habeas corpus, mas continuam presos porque são réus em outro processo: o da morte do cinegrafista da "Band" Santiago Andrade. A decisão de Darlan anulou ainda a prisão preventiva de outros 18 ativistas, que eram, até então, considerados foragidos.
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