MP investiga suposta rede de favorecimento à fuga do ex-médico Abdelmassih
O MP-SP (Ministério Público de São Paulo) investiga suposta rede de favorecimento à fuga do ex-médico Roger Abdelmassih, preso nesta terça-feira (19), em Assunção, no Paraguai, após quase quatro anos foragido da Justiça brasileira.
O promotor Luiz Henrique Cardoso Dal Poz, em entrevista ao UOL, falou a existência de uma "eventual estrutura que dava suporte financeiro, logístico e estratégico" a Abdelmassih e sua família desde 2011.
"Para permanecer foragido por tanto tempo e com tamanha regalia, haveria de ter uma estrutura, uma instituição de fachada ou não, alguém ou um grupo de pessoas que favoreceu o processo ilícito que certamente envolveu muito dinheiro."
Os integrantes desta rede e o próprio Abdelmassih, como apontou o promotor, teriam cometido uma série de outros crimes, tais como lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e falsidade material.
Poz disse ainda não é possível saber quem são todos os envolvidos. "Precisamos dar continuidade às investigações para termos condições de elencar quem de fato esteve envolvido e de que forma atuou", afirma.
"A prisão foi uma circunstância da investigação, que continua. Se algo ilícito foi feito nesse período, é preciso ser apurado. Os responsáveis precisam pagar pelos delitos cometidos para que ele [Abdelmassih] vivesse na clandestinidade", acrescenta o promotor.
Abdelmassih foi condenado a 278 anos de prisão por 56 casos de estupros de pacientes em sua clínica de fertilização, em São Paulo, entre os anos de 1995 e 2008. Ele liderava a lista de procurados da Secretaria da Segurança de Pública de São Paulo. Quem o encontrasse poderia levar R$ 10 mil, o maior valor oferecido pela pasta.
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