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Acusado de matar 42 meninos no MA e no PA é condenado a 29 anos de prisão

O ex-mecânico de bicicletas Francisco das Chagas Rodrigues de Brito, 50, foi condenado a 29 anos de prisão pela morte de um adolescente de 13 anos, ocorrida em 2000 - TJMA
O ex-mecânico de bicicletas Francisco das Chagas Rodrigues de Brito, 50, foi condenado a 29 anos de prisão pela morte de um adolescente de 13 anos, ocorrida em 2000 Imagem: TJMA

Aliny Gama

Do UOL, em Maceió

15/10/2014 16h27

Acusado de assassinar pelo menos 42 garotos no Maranhão e no Pará, o ex-mecânico de bicicletas Francisco das Chagas Rodrigues de Brito, 50, foi condenado a 29 anos de prisão pela morte de um adolescente de 13 anos, ocorrida em 2000.

O julgamento ocorreu nesta terça-feira (14), na 9ª Vara Criminal de São Luís, especializada no julgamento de crimes contra crianças e adolescentes. Esta é a 12ª condenação de Brito. Suas penas já somam mais de 414 anos de reclusão.

Ele é interno do Complexo Penitenciário de Pedrinhas desde 2004 e se recusou a ir ao julgamento, mesmo tendo sido intimado.

Considerado o maior assassino em série do Brasil, ficou conhecido por matar pelo menos 42 meninos entre 1991 e 2003 – 30 moravam em São Luís e na região metropolitana da capital; outros 12 são do Pará. As vítimas tiveram os corpos mutilados e os órgãos genitais cortados.

Segundo o TJMA (Tribunal de Justiça do Maranhão), um laudo pericial confirmou que o condenado tem transtornos mentais e de personalidade e poderia cometer novos crimes.

O julgamento

Nenhum familiar do adolescente assassinado, que teve a identidade preservada, compareceu ao julgamento, realizado no Fórum Desembargador Sarney Costa, no bairro do Calhau.

O Conselho de Sentença acatou a tese do Ministério Público Estadual de que Brito cometeu homicídio doloso (com intenção de matar), qualificado por tortura, crueldade (emasculação) e sem possibilidade de defesa da vítima.

Também havia a acusação de ocultação de cadáver, mas a Corregedoria de Justiça do TJMA considerou que esse crime já prescreveu.

O juiz José Afonso Bezerra negou ao réu, que está preso, o direito de recorrer da sentença em liberdade.

O crime de 2000

Segundo a denúncia do MP, Brito era conhecido da família do adolescente, porque já havia trabalhado como ajudante de pedreiro com o pai do garoto. Brito saiu com o jovem para caçar passarinhos na mata do Povoado de Santana, próximo ao Residencial José Reinaldo Tavares.

Ao chegar ao local, por volta das 18h, matou o menino a coronhadas de espingarda, cortou dois dedos da mão esquerda e os órgãos genitais da vítima e depois escondeu o corpo.

O corpo foi encontrado um mês depois. Brito chegou a ajudar a família da vítima nas buscas.